Projeto reconhece Feira Ecológica da Redenção como interesse cultural do RS
Foi aprovado na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 416/2015, do deputado Edegar Pretto (PT), que reconhece como de relevante interesse cultural do Estado do Rio Grande do Sul a Feira Ecológica da Redenção, localizada na Avenida José Bonifácio, em Porto Alegre.
O reconhecimento fortalece a cultura das feiras ecológicas e o trabalho na produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos. Atualmente, as duas quadras onde funciona a feira somam 138 bancas e mais de 300 pessoas na venda direta, todas com produtos 100% orgânicos e certificados, sendo a maior feira nesses moldes no planeta. A Feira funciona há 30 anos e atende cerca de 15 mil pessoas todos os sábados pela manhã no bairro Bom Fim.
A feira tem como objetivo a comercialização, a integração, o fomento e a divulgação de uma política de segurança alimentar de qualidade para a população. “A produção da agricultura familiar e de assentamentos da reforma agrária comercializada no local comprova que há possibilidade de um modelo de produção de alimentos saudáveis, livre de veneno e com respeito à vida e ao meio ambiente”, defende Edegar Pretto.
A Feira Ecológica da Redenção foi a primeira feira de agricultores ecológicos do país, e é considerada a maior da feira ecológica a céu aberto da América Latina. Seu modelo inspirou outros locais a também implantarem feiras semelhantes. Somente em Porto Alegre são cerca de 35 feiras orgânicas que funcionam todas as semanas em diversos pontos da capital.
O reconhecimento da feira como de relevante interesse cultural do Estado também serve para estimular a cultura em suas múltiplas manifestações, permitindo que os governos municipal, estadual e federal possam apoiar, investir e incentivar a produção e a difusão de manifestações culturais no espaço.
Conforme o autor do projeto, a existência da feira ecológica, há três décadas, sustenta agricultores familiares e assentados, e significa a manutenção de uma cultura possível e necessária para o futuro do planeta e dos seres humanos. “É nesse sentido que propomos que a Feira Ecológica da Redenção seja considerada como de relevante interesse cultural. Esse processo inclusive abre espaço para que adiante ela possa ser transformada em patrimônio histórico”, observa.
História da Feira
A Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE) iniciou no segundo sábado de outubro de 1989. Foi idealizada e organizada pela Cooperativa Ecológica Colmeia para comemorar o Dia Mundial da Alimentação e Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos. Com o fechamento da Cooperativa Ecológica Colmeia em 2004, os associados agricultores e feirantes idealizaram e construíram a Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do RS, para representá-los e dar continuidade aos trabalhos e processos desenvolvidos na Avenida José Bonifácio, entre a Avenida Osvaldo Aranha e Rua Santa Terezinha.
A Feira Ecológica Da Redenção surgiu em agosto de 1991, entre as ruas Vieira de Castro e Santa Teresinha, atendendo à crescente demanda tanto de novos agricultores em busca de um espaço para comercializar alimentos sem o uso de agrotóxicos e adubos químicos como de consumidores por este tipo de produto, marcando a segunda iniciativa do gênero no país com esse foco. Ela foi viabilizada através de tratativas com o Executivo municipal.
No espaço, famílias de agricultores organizadas em cooperativas e associações oriundas de Porto Alegre, região Metropolitana, Serra gaúcha, Litoral Norte, entre outras localidades do estado, levam o resultado de sua produção para consumo todos os sábados, inclusive feriados, das 7h às 13h, independente de chuva ou tempo ruim.