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Programa de combate à violência contra as mulheres é lançado para todo o Rio Grande do Sul

Lançado em setembro de 2021 com a adesão do município de São Leopoldo, no Vale do Sinos, o Programa “Aqui tem respeito pelas mulheres” está pronto para ser multiplicado pelas mais diversas regiões do Rio Grande do Sul. O programa, que busca reduzir a violência, o assédio e o abuso contra o público feminino, é direcionado a estabelecimentos comerciais como bares, restaurantes, casas noturnas, entre outros, mas pode ser adaptado para qualquer ambiente, como por exemplo em transportes por aplicativo e até coletivos. São Leopoldo foi o primeiro município gaúcho a fazer a adesão e já está executando as ações.

“O formato a gente pode adequar em conjunto com a prefeitura de cada município e o dono do estabelecimento, o importante é evitarmos que mais mulheres continuem sendo ameaçadas dentro de ambientes que devem ser seguros”, explica Edegar Pretto. As prefeituras que quiserem aderir ao programa deverão entrar em contato pelo e-mail:  comite.gaucho.elesporelas@gmail.com.

O programa capacita proprietários e funcionários do negócio para que possam lidar com as situações de forma discreta e efetiva. São aulas de sensibilização, que orientam o profissional a identificar a possível violência e prestar o atendimento correto à mulher que estiver em risco. Com isso, poderão retirar o assediador do ambiente ou até mesmo chamar a Brigada Militar. Os estabelecimentos que aderirem ao programa também recebem uma certificação de que são locais seguros e que respeitam as mulheres, e serão avaliados constantemente.

O programa começou na Região Metropolitana de Porto Alegre, porque ela registra um histórico maior de assédio e uso do golpe “Boa Noite Cinderela”, para dopar as mulheres. O alto número de casos de violência contra as mulheres e feminicídios tornam esse tema cada vez mais urgente. No Rio Grande do Sul, 97 mulheres foram assassinadas em 2021, vítimas de feminicídio. Os dados da Secretaria de Segurança Pública também mostram que 2.081 foram estupradas e 17.920 sofreram lesão corporal. Para Pretto, não haverá sociedade justa enquanto houver banalização de qualquer tipo de violência contra as mulheres.

“Esse é um assunto para nós homens falarmos com os nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e em qualquer outro ambiente. É dessa forma que nós vamos cercando esses homens machistas, que ainda não aceitaram que o não de uma mulher é não, em qualquer circunstância”, ressalta o parlamentar.

Programa já funciona em São Leopoldo

A prefeitura de São Leopoldo, que foi a primeira a aderir ao programa, já está executando as ações em diversos estabelecimentos com o início da capacitação para funcionários e donos de bares e restaurantes. Além disso, os locais possuem um selo de identificação na porta, mostrando que o lugar é seguro, além de uma senha secreta no banheiro feminino – um adesivo do drink do socorro, bebida que ao ser pedida vai alertar funcionários e donos dos estabelecimentos para que possam tomar providências.

O prefeito Ary Vanazzi falou da importância da adesão ao programa. “O objetivo é agregar uma parcela da população que possa sair de casa, possa curtir a sua vida com tranquilidade. Eu sei que muitas pessoas evitam sair de casa porque não têm segurança. Com isso a gente também fortalece o comércio local, divulgando isso e dizendo: aqui tu podes frequentar porque nós estamos te protegendo, cuidando para que não aconteçam situações indesejadas”, ressaltou o prefeito.

Luta pelo fim da violência contra as mulheres

Em 2011, Edegar Pretto criou a Frente Parlamentar dos Homens pelo fim da violência contra as Mulheres, e comçeou a encabeçar uma mobilização estadual para tratar do tema. De lá para cá, foram diversas ações e campanhas contra o machismo para conscientizar o público masculino. Em 2015, o parlamentar assinou adesão ao Movimento Mundial Eles Por Elas, da ONU Mulheres, e em 2017 lançou e passou a coordenar o Comitê Gaúcho Eles Por Elas, único chancelado pela ONU no Brasil. Uma das principais campanhas do Comitê é a da Máscara Roxa, lançada em 2020 durante a pandemia para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica em todo o estado.