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Edegar Pretto na RBS TV: Se eleito, vou anular a privatização da Corsan e fortalecer o Banrisul

Em entrevista ao Jornal do Almoço da RBS TV, nesta quarta-feira (14), o candidato a governador do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto, falou sobre as suas propostas para áreas como agricultura, educação e segurança pública. O programa, apresentado por Cristina Ranzolin, contou com a participação especial dos jornalistas Elói Zorzetto e Simone Lazzari, que também fizeram perguntas ao candidato da coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede).

Ao apresentar seus planos para a agricultura gaúcha, Edegar contou que tem orgulho da sua origem na roça, onde trabalhou até os 16 anos. Mesmo depois de ir morar na cidade, quando o seu pai Adão Pretto foi eleito deputado constituinte, ele seguiu defendendo as pautas do campo. “Eu sei o que os agricultores estão precisando nessa hora. Eu estive na linha de frente no combate à seca e coordenei uma missão oficial a Brasília, com a representação de dez bancadas da Assembleia. Nos juntamos a deputados federais e senadores, peregrinamos em cinco Ministérios, com a ausência do governo do Estado.”

Se eleito governador, Edegar afirmou que vai constituir um fundo de combate às intempéries, especialmente às estiagens, com reserva de orçamento e a recriação do Plano Safra Gaúcho. “Com Lula, não vai faltar dinheiro para o Plano Safra Nacional. Nós vamos retomar o Plano Safra Gaúcho para organizar a produção. Assim, os agricultores vão produzir mais e aumentar a oferta de produtos. E vai diminuir o preço dos alimentos nos supermercados, porque, nesse estado que produz tanto, não é possível continuar pagando a cesta básica mais cara do país. Estamos na Semana Farroupilha, e o churrasco gaúcho não pode continuar sendo artigo de luxo.”

Edegar acrescentou que, em seu governo, a agricultura será atendida com muita atenção. “Vamos virar essa página em que a atual gestão tem se comportado como inimiga dos setores que produzem. Em nossos governos, tínhamos o programa Mais Água, Mais Renda e o Irrigando a Agricultura Familiar. O governo pagava a primeira e a última parcela. Isto é política de apoio. Então, vamos estabelecer relações e diálogos com todos.”

Outro tema da entrevista foi a educação. Edegar lembrou que os governos de Lula, Dilma Rousseff, Olívio Dutra e Tarso Genro promoveram uma verdadeira inclusão educacional, com a criação de Institutos Federais, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e de 18 universidades federais. Para ele, é inadmissível que o RS tenha hoje índices tão negativos na educação, sendo o quarto estado do país em que mais jovens deixam a escola. “Nós vamos fazer um pesado investimento na infraestrutura das escolas e deixar as crianças e os alunos o maior tempo possível na sala de aula. Eu quero começar fazendo, primeiro, o necessário: arrumando o telhado das escolas, a fiação elétrica, os banheiros, preparando essa escola para ser um local atrativo para as nossas crianças. No meu governo, os professores e professoras, os funcionários públicos de modo geral, serão tratados com respeito, vão trabalhar com autoestima e serão vistos como parceiros do Estado.”

Na área da segurança pública, Edegar lamentou que o RS viva um cenário de aumento da violência e criticou o governo atual por não ter dado a resposta necessária. “O governo do Estado demitiu todo o comando da corporação, preferiu o caminho mais fácil em vez de estruturar melhor, de colocar mais recursos e equipar a Segurança Pública para defender o cidadão. Esses profissionais têm que ir para a rua mais aparelhado do que aqueles delinquentes que eles enfrentam.”

Edegar comentou também que pretende recriar a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres. “Precisamos do aparato do Estado para montar um cerco em torno dos homens machistas e agressores que, aliás, copiam exemplos de Bolsonaro que grita, ofende e persegue mulheres, que instiga o machismo. Essa secretaria vai pensar e executar ações que ajudem as mulheres a terem autonomia econômica e mais oportunidades. Nosso governo vai ser parceiro das mulheres.”

O compromisso de manter a Corsan e o Banrisul públicos também foi destacado por Edegar. “Se eu for eleito, vou anular todos os atos de privatização da Corsan, porque é uma empresa altamente lucrativa e os seus técnicos nos provam com números que nós temos muitas possibilidades de cumprir o que está determinado no novo marco do saneamento. A Corsan vai ser fortalecida justamente para poder prestar um serviço melhor para a população.”

Regime de Recuperação Fiscal e pedágios

Ao expressar sua opinião sobre a adesão do RS ao Regime de Recuperação Fiscal, Edegar disse que foi um péssimo negócio, porque o acordo feito por Eduardo Leite deixou o Estado numa subordinação completa perante a União e congelou o orçamento para os próximos dez anos. “Para contratar um professor, um servidor público, precisaremos da autorização de um Conselho Nacional. Portanto, se eu quiser, como governador, implementar uma política para agricultura, para pequenas, médias ou grandes propriedades e empresas, tenho que pedir autorização. Já conversei com Lula e, ao ser eleito, ele vai conversar com os 27 governadores para estabelecer um novo pacto federativo e fazer uma renegociação justa.”

Em relação ao pedágios, Edegar argumentou que não tem preconceitos, mas que é contra “negócios mal feitos”, como o modelo apresentado pelo governo Leite. “Esse projeto quer tornar os gaúchos reféns de um contrato de 30 anos, que vai onerar inclusive quem mora em perímetros urbanos. Vamos revisar esse plano, porque qualquer contrato precisa levar em conta o impacto social também. As tarifas não podem ser altas, as obras devem acontecer, ou seja, precisamos de mais diálogo e planejamento sobre isso.”

Ao final da entrevista, Edegar agradeceu aos cinco partidos que estão com ele nestas eleições e afirmou que tem muito orgulho de organizar no estado o palanque de Lula. Anunciou que o ex-presidente estará em Porto Alegre nesta sexta-feira (16), para um ato político no Largo Glênio Peres. “Com Lula, nós vamos ter a oportunidade de conectar de novo o Rio Grande do Sul com o nosso país e restabelecer uma nova relação com o nosso povo, com fome zero, mais emprego e oportunidades.”