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Edegar Pretto: é obrigação dos governantes não permitir que pessoas vivam abaixo da linha da pobreza

Em aula pública do teólogo Leonardo Boff, o deputado e pré-candidato do PT ao Governo do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto, disse que é inadmissível que o estado gaúcho seja referência em produção e ainda assim tenha 1,2 milhão de pessoas abaixo da linha da pobreza, conforme informações do CadÚnico. “Não podemos admitir que aqui, onde tudo o que se planta dá, tenham pais e mães dormindo à noite sem sequer saberem o que vão colocar na mesa de seus filhos no dia seguinte. É obrigação dos governantes não permitir que isso ocorra”, enfatizou.

O evento, que foi promovido no domingo (10) no Colégio Murialdo, em Porto Alegre, pelo mandato da deputada federal Maria do Rosário (PT) e a Tenda do Bem Viver, teve como tema “Paz, justiça, cuidado com a casa comum: para a sociedade do bem viver”. Na ocasião, Pretto também destacou que o país e o estado vivem tempos difíceis, tanto na política quanto no período da pandemia. Disse que os atuais governos estadual e federal executam a mesma política, que fragiliza programas sociais e retira direitos da população.

“A boiada contra o meio ambiente passou nacionalmente e aqui também. Em plena pandemia foi aprovada a flexibilização da lei dos agrotóxicos, que antes não permitia que produtos químicos proibidos e banidos de seus países de origem fossem utilizados aqui. A liberação foi um retrocesso na política ambiental do Rio Grande do Sul”, lamentou.

O deputado também comentou sobre a sua pré-candidatura ao Palácio Piratini, referindo-se ao pleito como a maior missão da sua vida. “Tenho fé e esperança, porque muitas pessoas, assim como eu, acreditam que podemos dar passos em direção a dias melhores no Rio Grande do Sul e no Brasil. Vamos colocar um sorriso no rosto e virar essa página triste do nosso país, com organização e alegria”, concluiu.

O professor e teólogo Leonardo Boff avaliou a atual situação do Brasil e do mundo como péssima, diante dos cenários de pandemia, guerra e desastres ambientais. Disse que a sobrecarga da terra indica que acabaram todos os elementos renováveis fundamentais à vida. “Se não tivermos cuidado com a terra, chegaremos ao colapso de todo sistema da vida. O Papa Francisco fez um pronunciamento dizendo que nós estamos diante de um alarme ecológico, e em sua última Encíclica disse que estamos no mesmo salão: todos ou ninguém se salva. Então, a ecologia não é só uma questão de ciência, é uma questão política. Eu fico feliz em saber que o Edegar Pretto sabe combinar as ecologias do campo e da cidade”, comentou.

Boff também ressaltou que, neste ano de eleição, o Brasil deve eleger um chefe de Estado que recupere o país e feche as suas chagas, além de eleger uma grande bancada de deputados e senadores, que sustentem as bases do Executivo. “Também precisamos criar em todo o país comitês populares, relacionados à saúde, educação, direitos humanos. As pessoas precisam tomar consciência da gravidade deste momento, e tudo isso passa por uma eleição que vai definir qual é o nosso destino. É triste existir sem direitos, porque não basta somente existir, precisamos viver em alegria, conviver com outro, e isso está sendo negado no Brasil por essa onda de ódio e exclusão”, argumentou.

A deputada Maria do Rosário defendeu a unidade da classe trabalhadora para garantir os direitos humanos e sociais. Segundo ela, o sistema capitalista é essencialmente destrutivo da natureza, do bem-viver e de valores humanos. Ela lembrou do pioneirismo de Leonardo Boff no trabalho de conscientização e transformação para que a terra seja de fato um espaço comum a todos e todas. Destacou a relevância do pensamento e da obra de Boff, por todo o seu conhecimento sobre política, ciência, meio ambiente, questões sociais e outros temas. “Muito obrigado professor, por todos os ensinamentos”, agradeceu.

A aula pública também contou com a participação de Dom Adilson Pedro Busin, bispo da Arquidiocese de Porto Alegre; Humberto Maiztegui, bispo anglicano da Diocese de Porto Alegre; e de lideranças religiosas ligadas à Cáritas, Movimento Fé e Política, Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Grito dos Excluídos, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI/RS), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC/RS), Centro de Assessoria Multiprofissional (Camp), Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ainda marcaram presença a deputada estadual Sofia Cavedon e os vereadores do PT de Porto Alegre Aldacir Oliboni e Leonel Radde; a gestora de Ação Social Murialdo, Edilene Souza; e o padre Joacir Della Giustina, diretor do Colégio Murialdo.

Texto: Catiana de Medeiros – MTB 16569
Foto: Brayan Martins