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Debate no SBT: “Vou coordenar uma frente de combate à fome e pobreza absoluta”, diz Edegar Pretto

Durante debate entre candidatos ao Governo do Estado no SBT, na noite deste sábado (17), Edegar Pretto expôs suas ideias e propostas para a população do Rio Grande do Sul. Dividido em quatro blocos, o programa foi mediado pelo jornalista André Haar, e teve momentos de confronto direto e também para responder a perguntas elaboradas por profissionais da imprensa.

Edegar criticou que o governo de Eduardo Leite tenha enviado à Assembleia Legislativa uma peça orçamentária que prevê déficit de mais de R$ 3 bilhões para o próximo ano. Para ele, isso é o “retrato do fracasso de quem disse que virou a página, que está tudo bem e que o estado agora vai entrar numa nova fase”, quando na verdade a situação continua muito complicada. “Não foi virada a página, não tem superávit. E é por isso que nós vamos utilizar as estruturas do Estado para fazer pesados investimentos em setores produtivos e impulsionar o desenvolvimento. Os nossos bancos públicos têm que ser os grandes financiadores, porque aí a economia reage, a gente arrecada mais e pode cuidar melhor das pessoas.”

O líder petista afirmou que tem o compromisso de rever o Regime de Recuperação Fiscal. Informou que o objetivo de Lula, se eleito presidente, é fazer uma nova repactuação e estabelecer uma nova relação federativa com os estados. Na avaliação de Edegar, o RRF subordina o orçamento e impede que se faça investimentos em áreas importantes, além de prejudicar a realização de concursos e o aumento do salário dos servidores. “Não há serviço público que funcione se nós não tivermos pessoas trabalhando com autoestima, se sentindo respeitadas pelo Estado. No meu governo, nós vamos tratar de política salarial, rever essa contribuição previdenciária que penaliza quem ganha menos e estabelecer uma nova conexão com os servidores.”

Combate à fome e alimentação escolar de qualidade 

Edegar lamentou que no RS, um estado que produz muito, mais de 1,6 milhão de pessoas dormem sem a certeza de ter o que comer no outro dia. “Onyx, Bolsonaro e Leite são alguns dos responsáveis por deixar gaúchos e gaúchas, brasileiros e brasileiras a voltarem à extrema pobreza, pois nenhum deles se importa com os que mais precisam. Temos a cesta básica mais cara do Brasil, as pessoas estão se endividando para fazer compras no mercado. Não dá para fingir que está tudo bem. Eduardo Leite não conhece a realidade das pessoas que mais precisam.”

Como proposta para reverter essa situação, Edegar disse que vai investir num potente programa para agricultura familiar, recriar o Plano Safra Gaúcho e incentivar quem produz comida. “Quanto mais produção, melhor, os valores baixam nas prateleiras. Nós seremos os principais compradores da agricultura familiar. Vamos oferecer merenda escolar de qualidade para as crianças e não dar a elas, no almoço, somente bolacha. Eduardo Leite colocou as crianças nos bancos escolares de barriga vazia. Nenhuma criança aprende assim.”

Edegar ressaltou ainda que o governo Leite é marcado pelo abandono dos mais pobres. Lembrou que na pandemia, quando muitos passaram por necessidade, a bancada do PT protocolou um projeto de lei para criar o auxílio emergencial gaúcho. “Era um projeto verdadeiro. Leite criou um auxílio emergencial e executou apenas 10%, porque esse governo vive de manchete, pois a vida real do nosso povo está muito difícil. Eu vou coordenar uma frente de combate à fome e à pobreza absoluta.”

Edegar assinalou ainda que representa o projeto do Fome Zero, programa criado por Lula. Destacou que à época dos governos do PT, no estado e no país, as pessoas tinham melhores condições de vida. “O quilo da carne nos governos do PT era R$16. No governo Leite, o churrasco dos gaúchos virou artigo de luxo. Nós vamos garantir emprego, porque o nosso governo vai ser das oportunidades. As pessoas vão ter dinheiro para comprar sua comida e serem felizes.”

Enfrentamento à violência contra as mulheres 

Ainda no debate, Edegar relatou que tem como uma das causas da sua vida o combate à violência contra as mulheres. Defendeu que o enfrentamento a esse problema e à cultura machista seja feito com políticas públicas, orçamento e diálogo com os homens. Conforme o candidato, este mês de agosto foi o pior desde 2018 em números de feminicídios no estado. “O governo Eduardo Leite desmantelou praticamente todas as políticas públicas de combate à violência contra as mulheres, o que levou a um aumento de quase 25% dos casos de feminicídio. E, infelizmente, no governo Bolsonaro foram 1.319 mulheres que perderam suas vidas pelo fato de serem mulheres.”

Edegar reforçou que a área de segurança pública não vai bem e apontou que, para melhorá-la, tem que utilizar todos os mecanismos necessários, entre eles, a qualidade dos recursos humanos. “Não há segurança pública se os agentes atuam com baixa autoestima, desvalorizados. Estes profissionais precisam trabalhar com ânimo, pois são homens e mulheres que arriscam as suas vidas todos os dias. Vamos ter um diálogo com os poderes, com os municípios, para estabelecer uma nova conexão, valorizar os profissionais e garantir presença da segurança pública de qualidade em cada região do estado.”

Ao final do debate, Edegar falou que acredita no RS e que conhece as realidades regionais. Contou que presidiu a Assembleia em 2017 e sempre atuou ao lado do povo, independente de questões ideológicas. “Agora é o momento do povo fazer escolhas e os debates são importantes para isso. Eu faço parte de um projeto de esperança, diferente do atual governo estadual e também federal, representados aqui por Eduardo Leite e Onyx. Leite renunciou ao cargo em nome dos interesses políticos dele, Onyx se orgulha de estar ao lado de Bolsonaro, um presidente omisso, que colocou o Brasil outra vez no mapa da fome. Quero uma oportunidade para, junto com o presidente Lula, o senador Olívio Dutra e o meu vice Pedro Ruas, governarmos o estado cuidando das pessoas, sem aumentar impostos, sem vender patrimônio público, ofertando empregos, educação, reduzindo filas em postos de saúde. Eu quero devolver aos gaúchos e às gaúchas a esperança e as oportunidades.”