RGE apresenta plano de R$ 430 milhões para reduzir falta de energia no Vale do Taquari
A audiência entre agricultores, prefeitos e entidades do Vale do Taquari, RGE e Ministério Público Estadual, que ocorreu há um mês, por solicitação do deputado Edegar Pretto (PT) ao MP, teve um desdobramento nesta segunda-feira (21). O parlamentar interferiu no assunto depois que muitos agricultores ficaram sem energia elétrica durante vários dias consecutivos em janeiro, o que ocasionou perdas na produção de leite e criação de frango. Na primeira reunião, o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, tinha dado 30 dias para que a concessionária apresentasse um plano de investimentos.
Na reunião de hoje, o presidente da RGE, Marco Antônio Abreu, justificou que em janeiro de 2022 a empresa teve redução de 21% da força de trabalho. Ele também apresentou um plano emergencial de R$ 430 milhões, que deverá ser executado nos próximos cinco anos. Entre as ações constam melhorias de infraestrutura e troca de postes de madeira por postes de concreto. O presidente alegou que os problemas em janeiro ocorreram devido às tempestades na região e falta de mão de obra, já que muitos funcionários estavam com covid.
Para Edegar Pretto, que é presidente da Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, seria importante que a concessionária já tivesse um plano de investimentos estruturado de curto, médio e longo prazo, com previsão de ações emergenciais. “Sinceramente, eu não gostaria que o assunto tivesse que vir ao Ministério Público. O normal seria que a concessionária, uma empresa do porte da RGE, que cobra um valor caríssimo pela energia elétrica e exige pagamento em dia dos consumidores, prestasse um bom serviço”, ressaltou.
Para os agricultores e prefeitos da região, que participaram do encontro, graças à mobilização das entidades regionais, da Comissão de Segurança e Serviços Públicos e do Ministério Público, a empresa está apresentando um plano. Para o grupo, os investimentos são a forma mais correta para prevenção dos problemas. Lembraram também, que as cooperativas de energia da região atendem melhor a população, em especial a rural.
Ao final, o deputado Edegar Pretto questionou como se dará o acompanhamento dos prazos de execução da proposta apresentada pela RGE. Relatou que a Comissão que preside na Assembleia tem recebido diversas reclamações de todo o estado, em relação aos serviços da RGE, da Equatorial, antiga CEEE que recentemente foi privatizada, e de outras concessionárias. Questionou ainda, de que forma a empresa vai atender as demais regiões, e colocou a Comissão de Segurança e Serviços Públicos à disposição para acompanhar e seguir o debate. “Esses investimentos precisam chegar a todas as localidades do estado, independente da empresa prestadora de serviço.”
O drama da constante falta de energia elétrica, vivido pelas famílias do Vale do Taquari, teve repercussão em todo o estado a partir do vídeo em que um grupo de agricultores de Colinas, indignados, despejaram um balde de leite azedo na porta RGE em Lajeado. O fato ocorreu no dia 18 de janeiro, quando localidades estavam há mais de 30 horas sem energia e já contabilizavam perdas na produção de leite e criação de frangos.