Queremos ser um governo de oportunidades, diz Edegar Pretto aos dirigentes do Transforma RS
O candidato a governador pela coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSOL, Rede), Edegar Pretto, esteve reunido nesta segunda-feira (29) com dirigentes do Transforma RS, um hub com propósito de conectar empresas, governo, universidades e a sociedade, no apoio ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Edegar foi recebido pelo presidente do Transforma RS, Daniel Randon; pelo CEO, Ronald Krummenauer; e pelos integrantes Walter Lídio, Daniel Santoro, José Renato Hopf, Gabriela Swan, Caroline Gonçalves, Bruno Zaffari e Julio Mottin Neto. Na apresentação, Randon e Krummenauer destacaram as ações do hub para promover o desenvolvimento em parceria com o poder público.
Ao longo da conversa, o grupo tratou de temas que consideram prioritários, como educação, desenvolvimento, gestão pública, turismo e inovação. É ponto comum do Transforma RS a busca de políticas duradouras e estratégicas para que o Estado crie um ambiente de fomento à cultura empreendedora baseada na inovação, e que possa colaborar na atração de investimentos e desenvolver projetos sintonizados com o dia a dia das pessoas e empresas.
Edegar ouviu atentamente a apresentação dos dirigentes, e agradeceu o espaço para falar de suas propostas e ideias sobre o futuro do Rio Grande do Sul. “Queremos ser um governo de oportunidades”, afirmou.
O líder petista, que tem como vice Pedro Ruas e Olívio Dutra como candidato ao Senado, falou de sua origem na roça e de sua trajetória política como deputado mais votado do PT na Assembleia Legislativa, em três eleições. Ainda lembrou de sua gestão como presidente do parlamento, em 2017, e do reconhecimento que tem até hoje por ter feito um trabalho que produziu consensos, que foi uma de suas marcas como chefe de um dos poderes do Estado.
Ao falar sobre economia e desenvolvimento, Edegar Pretto citou o prejuízo que representa a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal. Para o candidato, o principal debate diz respeito ao valor da dívida – R$ 9,5 bilhões contraídos em 1998 no Governo de Antônio Britto. Segundo ele, o RS já pagou R$ 37 bilhões e ainda deve mais de R$ 70 bilhões.
“Isso significa que diversas áreas de grande relevância terão os investimentos limitados. Perdemos um momento muito especial quando o Supremo Tribunal Federal fez um reconhecimento de que os estados exportadores, como o Rio Grande do Sul, tinham valores a receber da União em função da Lei Kandir. Em 2017, quando fui presidente da Assembleia Legislativa, liderei uma grande mobilização para que houvesse um acerto de contas entre o que devíamos e o que tínhamos a receber. Recomendamos aos governos de Sartori e de Eduardo Leite, mas preferiram acreditar na narrativa que se produziu que os recursos da Lei Kandir eram miragem”, observou.
Ele ressaltou ainda que a adesão deixa o Teto de Gastos ainda mais rigoroso, e a administração estadual mais submissa. Edegar defendeu um novo pacto federativo, em especial para tratar da dívida do Estado com a União. Conforme o candidato, ao contrário do que o governo vem argumentando, isso não colabora com os cofres públicos, e sim aumenta ainda mais a dívida. O candidato reforça que o governo precisa ter autonomia para investir, e explicou porque esse movimento não tem lado positivo. “A adesão representa menos investimentos e condena as próximas gestões. É um impacto muito grande, não só na questão política, mas também na vida econômica dos gaúchos e gaúchas”, pontuou.
A respeito da situação da educação no RS, Edegar avaliou que a área é fundamental para o desenvolvimento, porém segundo ele, os jovens estão sem perspectiva, e isso precisa mudar. Edegar disse que a redução de recursos aplicados na rede física justifica os inúmeros problemas nas escolas estaduais, como prédios interditados, obras inacabadas ou não iniciadas, problemas elétricos, em telhados, banheiros e até escolas sem internet. “Teremos que recompor o orçamento para a educação, para dar conta das necessidades físicas e básicas das escolas. Isso passa também pelo reforço na merenda, que para muitas crianças e jovens é a principal refeição, ainda mais com aumento da extrema pobreza e fome no país”, justificou.
O candidato esteve acompanhado do professor Rui Vicente Oppermann, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que falou sobre a necessidade do estado sair da inércia que se encontra. Para o ex-reitor, a educação e a inovação caminham de forma conjunta, como sinônimo de qualificação. “É preciso pensar investimentos na área de tecnologia. Não olhar para a educação e para a inovação é condenar o Brasil ao atraso”, frisou.
Ao final, Edegar Pretto reforçou o compromisso de trabalhar pelo desenvolvimento do estado, e defendeu que o Banrisul público, por exemplo, tem que ser indutor de investimentos nos setores produtivos, para que possam produzir mais e a economia reagir positivamente.
Foto/Rafael Stedile