Escolha uma Página

Perspectivas políticas e propostas para comunicação foram pauta de encontro de Edegar Pretto na ARI

A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) está realizando sabatinas com os candidatos ao governo do Estado. Os painéis são mediados por profissionais convidados e tratam de pautas sobre o mercado da comunicação e os planos das candidaturas para diferentes setores.

Nesta quarta (24), foi a vez de Edegar Pretto, candidato que representa a coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSol, Rede). Inicialmente, ele respondeu ao questionamento sobre as motivações que o levaram a se candidatar. Edegar citou que, como deputado estadual, percorreu todas as regiões do Rio Grande do Sul e nas últimas eleições fez votos em 473 municípios, o que lhe dá segurança ao afirmar que conhece a realidade do estado, as peculiaridades regionais e a situação de cada gaúcho e gaúcha.

Sobre a possibilidade de estar no segundo turno das eleições, Edegar comentou que o PT atravessou um momento difícil, com a injusta prisão de Lula, mas que mesmo assim, nas últimas eleições, Fernando Haddad chegou no segundo turno, Miguel Rossetto fez boa votação no estado e atualmente Lula tem 35% das intenções de votos dos gaúchos. “Acredito sim, que chegarei no segundo turno. Estamos vivendo um período de renovação dentro do partido e as pessoas estão se dando conta de que foram enganadas por projetos que trouxeram de volta a fome, as dificuldades e a precarização do trabalho. Portanto, neste momento, o povo sabe que quem cuida das pessoas de verdade, respeita os servidores e gera oportunidades é o PT. E, ao lado de Lula, faremos isso pelo Rio Grande do Sul.”

Com relação a uma possível renovação na bancada gaúcha e como pretende se relacionar com ela caso eleito, Edegar afirmou que acredita na ampliação da bancada do PT e da esquerda pelo fato de a Frente da Esperança, encabeçada por ele, ter qualificados candidatos e candidatas. “O parlamento se faz dialogando e eu quero uma base forte, mas também uma relação franca e transparente com todos. Deputados e deputadas não terão portas fechadas no Piratini.”

Outro ponto abordado pelos jornalistas foi sobre como pretende agir, caso eleito, no tema  regime de recuperação fiscal. Edegar Pretto afirmou que a adesão se tornou um péssimo negócio para os gaúchos e as gaúchas. “Agora, para que o Estado contrate dez policiais militares, por exemplo, precisa pedir autorização do Conselho de Supervisão em Brasília, durante dez anos. Ou seja, o governador pode gerir o orçamento, mas sem decidir nada.”

Ainda conforme Edegar, o governo Tarso Genro mobilizou outros estados e conseguiu mudar o indexador da dívida. “Na época, baixou o juro de 6% para 4%. Se isso não tivesse sido feito, a dívida que hoje é de R$ 73 bilhões já teria ultrapassado R$ 100 bilhões. Ali abrimos caminho para mudar a forma de se relacionar com a União e não deixar o Estado submisso. Portanto, se eleito, trataremos desse assunto com Lula. Já falei com ele e um compromisso já firmado por ele é um encontro com os novos governadores para falar sobre um novo pacto federativo.”

Questionado sobre o aumento da violência contra as mulheres durante a pandemia e as políticas de proteção, Edegar relatou a experiência como proponente da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, na Assembleia Legislativa, e coordenador do Comitê Gaúcho Eles Por Elas, da ONU Mulheres, que agregou membros da sociedade civil, personalidades e times de futebol, que propuseram diversas ações educativas sobre os temas e estabeleceu diálogo direto com os homens. “Criamos o cartão vermelho como símbolo para dialogar com os homens, relacionado ao futebol, porque no futebol é o cartão vermelho que tira do campo quem cometeu a falta máxima. Se existe machismo, se existe violência, é porque os homens cometem. Ou seja, é com eles que temos que conversar. Um projeto importante que podemos colocar em prática é o “Tempo de Despertar”, que se baseia em trabalhar com os homens que já cometeram algum ato de violência, para que não repitam. Neste projeto, eles participam de grupos reflexivos que os reeduquem. Além disso, vamos reforçar a Patrulha Maria da Penha, criar delegacias especializadas e pensar em políticas de libertação econômica para as mulheres vítimas de violência”.

Comunicação

Sobre as pautas direcionadas ao tema da comunicação, Edegar foi questionado em temas como fake news, controle da mídia, criação de um conselho estadual de comunicação e aplicação de investimentos.

Edegar respondeu que trabalhar com a verdade tem sido, desde já, uma prioridade. “Nesta campanha temos uma rede orgânica de comunicação, que prioriza a distribuição de conteúdos verdadeiros, reais e verificados. Todos combatemos as fake news e depois, se governador, isso segue como um compromisso”.

Quanto à regulação da comunicação, Edegar disse que, assim como Lula, ele se preocupa com o monopólio de alguns grupos, inclusive de outros países, que levam para dentro da casa das pessoas aquilo que é conveniente para eles também. Defendeu um conselho estadual, e sobre novas tecnologias disse que pretende investir em plataformas digitais de informação, distribuição responsável dos recursos de publicidade, além de pensar na retomada da TVE e Rádio Cultura. “Perdemos potência na distribuição de informação e indiretamente a transparência na prestação de contas do Estado”.

Finalizando o encontro com os profissionais e associados da ARI, Edegar assinou um termo de compromisso com a liberdade e direito de acesso à informação. O painel foi apresentado pela jornalista Claudia Coutinho. A jornalista Mauren Xavier e o jornalista Carlos Eduardo Torres participaram como convidados. Prestigiaram o painel, também, integrantes da direção da ARI, representantes do Sindicato dos Jornalistas e convidados. Foto: Rafael Stedile.