Palavra de gaúcho: Em debate, Edegar Pretto diz que reverterá erros de Leite e Bolsonaro no RS
No primeiro grande debate com candidatos em pré-campanha ao Governo do Rio Grande do Sul, realizado na noite deste domingo (7) na TV Band, em Porto Alegre, Edegar Pretto destacou as suas propostas para as mais diversas áreas, e reforçou o compromisso e a palavra com o presente e o futuro dos gaúchos e das gaúchas, por meio da geração de oportunidades.
Oito postulantes participaram do programa, que foi mediado pelo jornalista Oziris Marins e transmitido para todo o estado por TV, rádio e redes sociais. O debate foi dividido em cinco blocos. Inicialmente, os candidatos responderam a uma mesma pergunta elaborada pelo Grupo Bandeirantes. Depois, ocorreu o enfrentamento direto de candidato para candidato.
Questionado pela emissora sobre quais serão as fontes de recursos para garantir investimentos no estado, diante das limitações do Plano de Recuperação Fiscal, a queda na arrecadação para 2023 e a necessidade de orçamento nas mais diversas áreas, Edegar Pretto ressaltou que, com a eleição do ex-presidente Lula, irá rever esse acordo feito entre os governos de Bolsonaro e Eduardo Leite. Para ele, a adesão foi um péssimo negócio, porque congela o orçamento e coloca o RS “de joelhos perante a União, nos condenando a uma subordinação completa”.
“Nós queremos utilizar o orçamento do Estado para investir nos setores produtivos, na indústria, pequenas, micro e médias empresas, na agricultura, para que ela possa produzir mais. Ter uma arrecadação melhor e poder cuidar melhor das pessoas é nossa meta. Podem estar certos, viraremos essa página e vamos reconstruir o Rio Grande e o Brasil. É palavra de gaúcho”, frisou Edegar Pretto.
O líder petista lembrou também que os projetos de Leite e Bolsonaro são semelhantes no que se refere às privatizações. Citou como exemplo de erro e mau negócio a venda da CEEE, que trouxe inúmeros prejuízos para a população. Ele enfatizou que viu trabalhadores e trabalhadoras, comerciantes, donos de mercados e padarias chorarem, porque no primeiro vento forte em Porto Alegre e região Metropolitana ficaram sem luz.
“Fico pensando o que este mesmo governo seria capaz de fazer com a Corsan e o Banrisul se tivesse dado tempo. Na campanha passada, disse que não privatizaria nada e privatizou, depois disse que não iria à reeleição, aí renunciou e aqui está tentando a reeleição. Ou seja, sem palavra. Se eu for governador, vou anular todos os atos de privatização, entre eles os da Corsan”.
A atual situação da educação gaúcha foi um dos temas analisados pelo candidato do Partido dos Trabalhadores. Edegar Pretto recordou que, através dos governos petistas de Lula e Olívio Dutra, foram criadas 18 universidades públicas, centenas de Institutos Federais e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Por outro lado, lamentou que hoje exista um verdadeiro abandono do setor, com 80% das escolas estaduais sem pátio adequado para a recreação.
“Eu tenho um compromisso. Nós faremos um pesado investimento na educação, valorizando servidores públicos, porque eles não podem ser tratados como adversários. E as crianças, ao chegarem na escola, se tiverem necessidade, vão ter café da manhã e voltarão para casa ‘almoçadas’. As que vão estudar no turno da tarde, da mesma forma. Toda alimentação saudável será comprada da agricultura familiar”, adiantou, acrescentando ainda que ele e o seu vice, Pedro Ruas, têm compromisso com a escola de tempo integral.
Compromissos com os legados
Edegar Pretto foi questionado se pretende aumentar impostos, caso seja eleito governador. Ele afirmou que, nos governos anteriores do PT, nenhum imposto foi aumentado e que seguirá assim, da mesma forma que não venderá o patrimônio público, o oposto do que foi feito por Eduardo Leite. “Nos governos do PT, a dívida com a União sempre foi paga, os salários não foram atrasados e investimentos pesados foram feitos na educação, saúde e agricultura. Com Olívio e Tarso, a economia sempre cresceu acima da média nacional”.
Sobre a piora das condições de vida no RS, Edegar Pretto disse que o estado tem mais de 1,2 milhão de pessoas abaixo da linha da pobreza, pagando uma das cestas básicas mais caras do país, com muitos se endividando no supermercado para fazer seu rancho. Enfatizou que os gaúchos, além da crise econômica, conviveram com a pior seca dos últimos 70 anos, enquanto Eduardo Leite deu as costas para a situação. Além disso, milhares de empresas fecharam e aproximadamente 500 mil empregos deixaram de existir. As mães dormem sem saber se terão o que dar de comer aos seus filhos. Portanto, para ele, restabelecer a verdade é necessário.
“Junto com o presidente Lula e em um mandato como governador, que por sinal, se eleito, irei cumprir até o final, colocaremos o Rio Grande nos trilhos outra vez e veremos de novo o povo feliz”. Complementou que vai lutar muito para eleger Lula no primeiro turno, para que o país volte à era do pleno emprego. “As pessoas não querem esmola, não querem favor. Elas querem uma oportunidade”.
Leite e Onyx são iguais a Bolsonaro
Durante o debate, Edegar Pretto citou que Eduardo Leite apoiou e fez campanha para Bolsonaro em 2018 e que, até há pouco tempo, o partido de Onyx Lorenzoni fazia parte do governo tucano. Desta forma, questionou a Onyx se há diferenças de projetos entre ele e Leite, ou se o rompimento ocorreu somente para o período das eleições. “Vocês participaram do governo aqui no estado até há pouco tempo. A verdade é que, enquanto Eduardo Leite estava mais preocupado com a sua carreira política, tanto é que renunciou ao mandato de governador, você estava mais preocupado em fazer passeio de moto com o capitão, gastando dinheiro do cartão corporativo.”
Ainda dirigindo-se a Onyx, Edegar Pretto falou que, por meio do PAC 1 e do PAC 2, os presidentes Lula e Dilma investiram R$ 115 bilhões no RS. “Eu poderia ficar aqui o tempo necessário citando obras que foram feitas. Perguntaria também a ti qual foi a obra que Bolsonaro começou e terminou neste estado. Bolsonaro não faz obras, ele espalha o ódio, a fome, o desemprego e o desalento para a população. É por isso que Lula vence a eleição no primeiro turno”.
Combate à violência contra as mulheres
Finalizando a participação no debate, Edegar Pretto destacou os 16 anos da Lei Maria da Penha, completados neste dia 7 de agosto. Ele falou do trabalho realizado como deputado na defesa desta causa, com a atuação no movimento internacional da ONU, o ElesPorElas. Para o petista, infelizmente esta é uma das pautas abandonadas pelo Estado, assim como é um tema que o governo Bolsonaro não trata com respeito, pelo contrário, o presidente é um péssimo exemplo nesse sentido. “Se eleito, junto com Lula, vamos intensificar o trabalho no RS e reconstruir a rede de proteção às mulheres, reeducando homens para que não cometam nenhum tipo de violência”.