Junto a Chico Pinheiro, setor da cultura manifesta apoio às candidaturas de Lula, Edegar e Olívio
Um ato da cultura em apoio às candidaturas de Lula a presidente, Edegar Pretto a governador e Olívio Dutra a senador marcou, na noite desta quarta-feira (28), a campanha da coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede). O evento reuniu centenas de pessoas na Terreira da Tribo, em Porto Alegre, entre elas, o jornalista Chico Pinheiro.
Edegar agradeceu pela recepção e disse que está comprometido com a cultura. Informou que, se eleito, vai destinar 2% do orçamento do Estado para o setor e executá-lo em 100%. “Nós vamos valorizar a cultura, formular e executar políticas públicas. Vamos retomar o orçamento participativo, com plataformas digitais para que todo cidadão e cidadã, independente de partido, possa opinar nos investimentos e conhecer o orçamento do Estado”, destacou, acrescentando que o ex-governador Eduardo Leite mente quando diz que o seu governo investiu R$ 80 milhões na cultura, uma vez que apenas 25% desse valor saiu do papel.
O líder petista também pediu para que as pessoas se integrem à campanha nesta reta final, conversem com amigos, familiares e vizinhos e peçam voto para ele, Lula e Olívio. “Estou sentindo os ares de 1998, quando fizemos uma grande virada e fomos para o segundo turno. O Rio Grande do Sul precisa e merece estar alinhado com o Brasil novamente, com Lula”, ressaltou.
Chico Pinheiro falou que é conhecido como jornalista por ter atuado na Rede Globo, mas que o que o orienta é o compromisso do seu pai, Antônio Pinheiro, que atuou na política e tem um legado de luta e resistência junto aos mais pobres, especialmente às pessoas em situação de rua. “Ele era muito indignado com esse absurdo que é o Brasil. O pai se foi e eu agora represento esse pensamento dele, principalmente na área da cultura”, comentou.
O jornalista contou que entrou no jornalismo em 1971, durante o governo Médici, o período mais duro da ditadura. “Eu vi esperanças que vinham e que voltavam, como o Diretas Já, um grande movimento, depois veio a redemocratização. A cultura sempre foi algo muito perigoso para os fascistas, porque eles precisam calar a cultura, tem que ter a voz hegemônica, única, autoritária, para dominar uma sociedade. Então, a cultura sempre foi ameaçada”, observou.
Ele informou que está passando por vários estados, para “esperançar” e contribuir com a campanha de Lula, a fim de mudar o cenário nacional. Em Porto Alegre, manifestou apoio à candidatura de Edegar. “A gente acredita que você será governador do Rio Grande do Sul, porque nós vamos esperançar. Eu acredito que virá um outro tempo. Vamos derrotar o fascismo, e vamos derrotar aqui com Olívio Dutra, com o nosso querido Edegar Pretto e com o presidente Lula, o presidente maior da história desse país”, declarou.
Outras manifestações
O evento teve ainda várias outras manifestações de representantes da cultura. Luana Costa, presidente dos Imperadores do Samba, afirmou que o Estado precisa dar atenção ao carnaval e que o evento popular “tem que parar de ser o primo pobre da cultura”. “O carnaval é a principal manifestação cultural do país e produz milhares de empregos. Precisamos de apoio de verdade, principalmente no Rio Grande do Sul, onde o governo do Estado não põe um centavo no carnaval”, salientou.
Paulo Flores, diretor da Terreira da Tribo, reforçou que a cultura tem uma importância muito grande no país. “É a maneira da gente resistir à ascensão do pensamento fascista que vem tomando conta há muitos anos, e desde o golpe de 2016 de uma forma avassaladora”. B.Girl Ceia argumentou sobre a necessidade de criar políticas públicas para as culturas populares, como o hip hop, que atua junto à população através da música, da dança e da poesia.
Edna Maria, representante da Rede de Cultura Viva, falou do papel do setor no período da pandemia, para ajudar as pessoas a enfrentarem aquele momento difícil de isolamento social, e que os governos precisam considerar a relevância do setor para o estado e o país. Já o cartunista Edgar Vasques disse que a cultura tem a tarefa de reconstruir a identidade brasileira. “Faz quatro anos que ela é minada e destruída. Temos que fazer com que a cultura brasileira retome o espaço indispensável que ela tem. A cultura precisa ser apoiada pelo Estado, para que todos possam se expressar”, defendeu.
Durante o encontro, foi entregue a Edegar Pretto um manifesto, que propõe dez iniciativas para serem implantadas pelo Governo do Estado, como reestruturar a Lei de Incentivo à Cultura do RS, fortalecer o FAC (Fomento à Cultura Comunitária, Periférica, Fronteiriça e de Refugiados), retomar o Programa Cultura Viva e valorizar a cultura popular e regional.
Também participaram da atividade o ex-governador Tarso Genro; o ex-ministro da cultura Juca Ferreira; o candidato a senador Olívio Dutra e seus suplentes, Roberto Robaina e Fátima Maria; o coordenador de cultura do programa de Lula, Márcio Tavares; e o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues.