Em rede nacional, Edegar Pretto diz que representa o projeto alternativo para o Governo do Rio Grand
Pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto (PT) foi o terceiro gaúcho a participar da série de entrevistas com os pré-candidatos a governador do estado, que começou nesta segunda-feira (14), na BandNews TV. Foram 20 minutos de entrevista, ao vivo e em rede nacional, à jornalista Isabel Mega, para o Jornal da BandNews 2ª Edição.
Com sua tradicional tranquilidade, respondeu a diversos temas explorados pela emissora e reforçou a importância da eleição de Lula, num momento de crise econômica, política e social, pela qual o país passa. Pretto afirmou que representa um projeto alternativo ao que está governando o Estado. “Eu tenho como marca reconhecida, até pelos meus adversários, a capacidade do diálogo, de conviver com as diferenças, de respeitar quem pensa ao contrário do que eu penso. Então, nós temos muita unidade nesta pré-candidatura e queremos configurar uma aliança junto conosco, para potencializar o palanque do presidente Lula.” Disse ainda que o RS não é mais um estado bolsonarista, segundo as últimas pesquisas.
Para a agricultura gaúcha, falou da necessidade de garantir crédito com juro zero, e investir na produção de alimentos. “Não dá para a gente continuar abastecendo tanto o mercado do estado, como o mercado brasileiro, trazendo comida de fora, sendo que o nosso país pode produzir muito. O que tem acontecido é que os governos não têm criado políticas públicas para a produção de alimentos, e até o pequeno agricultor está migrando para a monocultura. Hoje, muitos pequenos e médios agricultores preferem arrendar a sua terra do que produzir alimentos, para ser mais viável economicamente”, observou Pretto.
Ele lembrou ainda que a renovação da frota agrícola brasileira ocorreu nos governos do PT e foi adquirida com taxa de juros de 2% ao ano, através de um programa chamado Mais Alimentos. “Eu espero que a elite agrícola e agrária do nosso país reconheça isso. Se hoje o agronegócio vive essa condição, é porque nós tivemos governos preocupados com o nosso campo agrícola”, ressaltou.
Quanto à crise econômica, Pretto falou dos altos aumentos dos preços dos alimentos, que fazem com que os mais pobres não consigam ter nem as refeições básicas para as suas famílias. “A população, independente de partido, está migrando para o presidente Lula, porque está fazendo as contas de como era a sua vida antes e como está sendo hoje. O povo tem saudade de pagar pela cesta básica R$ 270,00, e não R$ 695,00, como está agora.
Segundo Pretto, o povo está pagando uma das cestas mais caras do país, num estado que produz tanto, porque tanto o Bolsonaro, como o Eduardo Leite têm abdicado de produzir políticas públicas para os pequenos agricultores para a produção de comida, e por isso o abastecimento dos supermercados tem sido com produção que vem de fora. Na sua visão, há um processo de desindustrialização, porque setores produtivos não vêem mais no governo um parceiro, tanto em nível nacional, quanto estadual.
“A Região Metropolitana de Porto Alegre é a segunda região brasileira, onde mais gente entrou para a extrema pobreza neste último ano, são mais de 300 mil famílias nessa condição. Então é disso que a gente fala, dessa reconstrução necessária que nós faremos com diversos setores, organizados em partidos políticos ou não,” reforçou o deputado.
Pré-candidatura e possíveis alianças
“Eu faço parte da troca de geração política dentro do PT, uma renovação necessária e aprovada em amplo debate com os filiados e pelas principais lideranças do PT no estado, como os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, e pelo senador Paulo Paim”, contou Edegar Pretto. Para ele, a sua candidatura está amparada pela longa e promissora história do PT no Rio Grande do Sul, porque o partido já governou o estado por duas vezes e seus principais municípios, e é, pela quinta vez consecutiva, a maior bancada da Assembleia Legislativa, além de ter um senador e uma bancada federal muito potente.
Quanto a possíveis parcerias para dar sustentação à pré-candidatura, revelou que está conversando com os mais diversos partidos do campo democrático popular, como o PDT, o PCdoB, o PSB e o PSOL, além do PV, que já formalizou o seu apoio.
“Eu sinto tanto pelas direções, quanto pelas bases partidárias desses partidos, uma grande disposição para compor aqui no estado e para preparar o palanque para o presidente Lula já no primeiro turno. Obviamente que cada partido tem o seu calendário e suas questões internas que nós vamos respeitar. Então se não estivermos juntos no primeiro turno, nós vamos estar juntos no segundo turno, com certeza”, afirmou.
Além de destacar o ótimo relacionamento e diversas conversas com a ex-deputada Manuela Dàvila (PCdoB), Pretto citou o caso específico da federação com o PSB, que já foi decidida em nível nacional com o PT. “Eu também tenho mantido contato com PSB, inclusive com o próprio pré-candidato Beto, temos uma excelente relação. E se depender do PT nós faremos todo o esforço possível para a gente estar juntos já no primeiro turno.”
Pretto falou sobre a postura do atual Governo do RS
Edegar Pretto fez duras críticas à postura do atual governador do RS, Eduardo Leite, que desde que perdeu as prévias do PSDB para o Governo Federal, só tem se preocupado com o seu futuro político, trabalhando para migrar para outro partido para concorrer à Presidência da República.
“Ele tem essa liberdade, mas o que eu estou preocupado é com o Governo do Estado, porque o governador não tem feito outra coisa a não ser se preocupar com a sua imagem e com o seu futuro político. Como vocês devem estar acompanhando, nós estamos vivendo a pior estiagem dos últimos 70 anos aqui no estado, nós estamos com quase todos os municípios em situação de emergência, há projeções de que possamos ter uma queda de 8% no nosso PIB, esse é um impacto violento. Mas, infelizmente, o governador até agora não chamou para ele essa responsabilidade”, afirmou.
Segundo o pré-candidato, o primeiro município decretou emergência em dezembro de 2021 e, somente ontem, o governador instituiu a primeira reunião no Palácio Piratini com um grupo que vai tratar da estiagem, e ele nem estava presente.
Falou ainda dos impactos da pandemia no RS, tanto no fechamento de pequenos negócios, quanto no desemprego que chegou a meio milhão. “Infelizmente o Governo de Eduardo Leite tem ficado nas manchetes e nas boas intenções. Então ele que escolha se vai ser candidato ou não, se vai trocar de partido ou não, mas a nossa preocupação é com o nosso estado. Ele está muito ausente dos setores produtivos, mas especialmente do povo trabalhador que precisa da mão do estado”, lamentou.