Em entrevista ao SBT, Edegar Pretto destaca que o seu ponto forte é o diálogo
“Eu sou otimista, eu acredito no Rio Grande do Sul”. Essa foi uma das primeiras afirmações do deputado e pré-candidato, Edegar Pretto (PT), ao ser perguntado sobre o motivo de querer ser governador do Rio Grande do Sul. A entrevista, ao vivo, foi ao ar no programa SBT Rio Grande, da emissora de TV aberta, SBT-RS, apresentado pelo jornalista André Haar, com participação dos repórteres Glauco Pasa e Guilherme Rockett.
A primeira sabatina com os pré-candidatos ao Governo do Estado faz parte de uma série de entrevistas com os postulantes ao cargo de governador, realizadas pela TV, com o objetivo de apresentá-los aos telespectadores e conhecer as suas principais linhas de pensamento. “Nós vivemos num estado extraordinário, temos uma estrutura excepcional, temos um povo trabalhador que acorda cedo e dorme tarde, faz a sua parte e espera que o poder público faça a diferença, positivamente, nas suas vidas”, ressaltou Pretto.
Além de reafirmar a sua pré-candidatura, oficializada ainda em 2021, Pretto falou da escolha do seu nome pelo Partido dos Trabalhadores, fruto de um objetivo comum dos filiados que acreditam na troca geracional e enxergam nele um conjunto de qualidades, como as suas origens, a abertura para o diálogo e a experiência em construir consensos.
“O partido buscava uma renovação política e, neste momento da história, coube a mim levantar esse debate por um Rio Grande mais efetivo, que cuide melhor das pessoas, que tenha os setores produtivos como parceiros e não como um atrapalho. Porque essa é a única possibilidade de investimentos públicos em setores que são importantes para a economia, para a geração de emprego e assim estabelecer uma nova relação mais direta com as pessoas, especialmente aquelas que mais precisam das políticas públicas”, afirmou o pré-candidato. Falou ainda do legado dos ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, do senador Paulo Paim e da unanimidade nas bancadas estadual e federal, lideranças fundamentais e que fizeram a sua apresentação ao conjunto do partido.
Quanto à rejeição ao PT, Edegar Pretto disse que esta é uma página virada, porque, para ele, o pior momento do partido foi nas eleições de 2018. “Colocaram na cabeça das pessoas que bastava tirar o Partido dos Trabalhadores do poder e os problemas do mundo seriam resolvidos. E não foi isso que aconteceu. Nós estamos vivendo uma situação difícil aqui no Rio Grande do Sul. A Região Metropolitana de Porto Alegre é a segunda região do Brasil que mais gente entrou para extrema pobreza. A gente leva cada vez mais dinheiro para o supermercado e compra cada vez menos. Nós estamos convivendo com a fome, com o desemprego, com a insegurança de uma saúde acolhedora e de uma educação decente para os nossos filhos e filhas. Tudo isso piorou muito, depois do fim dos governos do PT”, disse.
Em relação às alianças com outras siglas do campo democrático, Pretto lembrou que já tem o apoio do PV e que mantém grande proximidade com o PCdoB, que já está federado com o PT em nível nacional, e que está dialogando com o PDT, PSOL e PSB. “Nós estamos conversando, mas respeitamos o tempo de cada partido e todas as pré-candidaturas existentes. Nós queremos ter um palanque potente aqui no Rio Grande para o presidente Lula e para isso queremos construir uma aliança ampla”, argumentou Pretto.
Sobre privatizações e parcerias público-privadas, Edegar Pretto disse não ter preconceito, desde que o negócio seja bom para os dois lados. E citou o exemplo da aquisição da CEEE pela Equatorial por um valor simbólico e, pelo que parece, sem a devida avaliação técnica. “A Equatorial demitiu mais de mil servidores, contratou outros de uma forma precarizada, sem fazer o treinamento necessário, e agora nesse último vento, que não foi vendaval, a nossa capital ficou no escuro por vários dias”, lamentou.
Para finalizar, Pretto falou da sua origem, da história do seu pai, o deputado Adão Pretto, já falecido, e ressaltou a importância da agricultura familiar, principal responsável pela produção dos alimentos. Enfatizou ainda a sua facilidade de conviver com as diferenças, fator que deverá facilitar a coexistência dos diversos setores e o apoio à agricultura como um todo. “Eu fui presidente da Assembleia Legislativa e lá nós construímos, em muitos momentos, o consenso de todos os partidos, que dialogaram na mesma direção”, afirmou.
Texto: Silvana Granja DRT/RS 10732
Foto: Rafael Stedile