Em entrevista à Rádio Guaíba, Edegar critica passividade de Eduardo Leite e Onyx durante a estiagem
O Programa Agora da Rádio Guaíba entrevistou nesta segunda-feira (19) Edegar Pretto, candidato ao governo do Estado pela Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede). Inicialmente, ele comentou sobre a escolha do seu nome para concorrer ao Executivo. De acordo com Edegar, o Partido dos Trabalhadores optou por renovação, após importantes governos como de Olívio Dutra e Tarso Genro. “Construimos esse momento com muito diálogo e o meu nome foi escolhido, assim como o nome de Olívio para concorrer ao Senado. Me sinto honrado e preparado para liderar esse projeto, pois conheço todas as regiões do estado. Fiz votos em 473 municípios como deputado estadual nas últimas eleições, vim da roça e conheço bem a realidade dos gaúchos e gaúchas.”
Edegar falou de seus projetos e destacou que integra o Movimento Eles Por Elas da ONU, do qual liderou até julho o Comitê Gaúcho Eles Por Elas, com o objetivo de conversar com homens e meninos sobre o enfrentamento da violência contra as mulheres, especialmente diante do aumento dos casos de feminicídios em nível nacional e no estado. “É com orçamento e decisão política que se trata esse assunto, mas é também com a mudança cultural, com o combate ao machismo e com diálogo. E é disso que o movimento trata.”
Outra iniciativa sua, citada pelo candidato, foi a Lei das Agroindústrias Familiares (Susaf), que permite aos agricultores familiares completarem o ciclo da produção, plantando, colhendo, industrializando e vendendo em todo o RS. “Atualmente, temos mais de 200 municípios e mais de 300 agroindústrias industrializando e comercializando, gerando emprego e renda. Quem mora nos grandes centros, como Porto Alegre, pode comprar nos supermercados os produtos com os sabores da colônia.”
Edegar ressaltou ainda o tema da estiagem no RS, afirmando que o ex-governador Eduardo Leite, o presidente Bolsonaro e o ex-ministro Onyx Lorenzoni deram as costas para o problema. “Liderei a missão de deputados e representantes de movimentos da agricultura de todos os portes para ir a Brasília, em cinco ministérios. O objetivo foi pedir ajuda ao governo federal. Enquanto eu e os demais colegas e movimentos estávamos lá, Eduardo Leite estava sentado no palácio e Onyx não fez nada para ajudar o povo gaúcho. Os dois candidatos viraram as costas para a agricultura, que representa quase 40% do nosso PIB, assim como deixaram desamparados todos os gaúchos que pagam a cesta básica mais cara do país.”
Questionado sobre a relação próxima que tem com o MST, Edegar enfatizou que a luta dos assentados da reforma agrária é pela produção de alimentos. “São eles os que mais produzem arroz orgânico na América Latina. Aliás, um dos maiores compradores dessa produção é a prefeitura de São Paulo, do PSDB. No meu governo, teremos políticas agrícolas para pequenos, médios e grandes, pois quem produz comida precisa de apoio, para que, gradativamente, o valor dela baixe no supermercado.”
Sobre a dívida do Estado com a União, Edegar disse que Tarso, quando governou o RS, mobilizou outros governadores para negociar com o governo Dilma Rousseff. Lembrou que, a partir daquele momento, ocorreu a mudança no indexador da dívida, reduzindo o estoque dela em R$ 22 bilhões. “Se Tarso não tivesse negociado, nossa dívida que hoje é de R$ 73 bilhões, já teria ultrapassado os R$ 100 bilhões. E assim nós trabalharemos, com mobilização e diálogo.”
Finalizando a entrevista, Edegar também comentou sobre a gestão de Bolsonaro na pandemia, recordando que todos se depararam com o negacionismo do governo federal, que queria ofertar Cloroquina às pessoas. “Desta forma, pedimos que Eduardo Leite comprasse as vacinas necessárias para proteger as pessoas, mas ele não fez. Optou pelo abre e fecha e esperou as vacinas do governo federal. Isso acarretou na quebra de 25% das micro e pequenas empresas do estado, ampliou o desemprego e atrasou muito a proteção do nosso povo.”