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Em entrevista à Rádio Gaúcha, Edegar Pretto fala de suas principais prioridades de governo

O programa Gaúcha Atualidade da Rádio Gaúcha, entrevistou nesta sexta-feira (16) o candidato da coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede), Edegar Pretto. Ele foi questionado sobre pautas como educação, saúde, finanças, agricultura e também sobre qual será sua prioridade ao se eleger. De acordo com o candidato, a prioridade é olhar para aqueles que mais precisam, especialmente aos que não têm condições de fazer as refeições diárias. “Temos que incentivar e criar políticas públicas para a produção de alimentos. O agricultor precisa ter viabilidade econômica para não migrar para a monocultura e poder ofertar alimentação aos supermercados locais. Nosso governo será um dos grandes parceiros da compra para repassar para escolas e famílias em vulnerabilidade.”

Edegar comentou ainda que, ao iniciar o mandato de governador, encaminhará para a Assembleia Legislativa, um projeto de aumento do salário mínimo regional para R$ 1.600,00. “O trabalhador, com dinheiro, não guarda no colchão, ele compra. Assim, o comércio vende mais, a indústria produz e esse é o ciclo, que lá atrás, colocou o Brasil como uma das primeiras economias do mundo e o RS com um PIB elevado, que crescia acima da média nacional.”

Sobre educação, ele afirmou que após o governo Tarso Genro, 50% das escolas de turno integral foram fechadas e, em função da pandemia, a evasão escolar cresceu muito. Segundo Edegar, o mapeamento da educação será realizado nos primeiros meses de governo para que seja feito o levantamento daquilo que é mais urgente de ser resolvido. “Atualmente sabemos que 14% das escolas estão com os banheiros em situação precária, outras com telhados e situação elétrica que colocam alunos e professores em risco, sem falar nos pátios, espaços de recreação praticamente não existem.”

Conforme o candidato, o Rio Grande do Sul é o estado em que os jovens mais desistem do Ensino Médio, assim como os índices do Ideb deixam a desejar. “Para reverter essa situação precisamos tornar a escola um lugar atrativo, e isso passa pela boa infraestrutura, merenda de qualidade, a oportunidade de atividades em turno inverso ao das aulas e professores e funcionários valorizados, com salário justo. Nosso trabalho será nesse sentido.”

Para a área da saúde, Edegar prevê mapear também a situação dos hospitais do estado. “Estive com a Federação das Santas e Hospitais Filantrópicos, que atendem 70% do SUS, e pudemos trocar informações sobre a situação do sistema e as principais necessidades. Junto com Lula, buscaremos investimentos e melhorias na tabela do SUS, assim como, aqui no estado, trabalharemos pela regionalização da saúde e faremos todos os esforços possíveis para repassar os 12% instituídos por lei para saúde.”

Quanto aos temas da irrigação, estiagem e privatizações, Edegar disse que pretende instituir um Fundo Contra as Intempéries, recriar o Plano Safra Gaúcho e fortalecer o Banrisul público, para que seja parceiro oferecendo financiamentos com juros subsidiados e justos. “Esta foi a primeira estiagem da história que o governo do Estado deu as costas para os agricultores e agricultoras. Eduardo Leite não tomou atitudes naquele período. Eu mobilizei outros deputados para ir até Brasília e reivindicar apoio. Senti vergonha no Ministério da Agricultura, pois eles não sabiam o que nos dizer. Com Lula sabemos que poderemos contar com o Plano Safra, com o olhar atento e a responsabilidade de um presidente de verdade. Além disso, vou revogar o projeto de privatização da Corsan, aplicaremos os R$ 400 milhões que ela teve de lucro, em obras de saneamento.”

Recursos e a dívida com a União

Edegar Pretto destacou que na quarta-feira (14), o governo do Estado enviou para a Assembleia o projeto de orçamento com déficit de R$ 3,8 bilhões para 2023. De acordo com o candidato, está faltando dinheiro porque o governo gaúcho fez um acordo com Bolsonaro, assinando o Regime de Recuperação Fiscal, que fará com que o RS inicie 2023 pagando R$ 2,2 bilhões que o Sartori e o Leite deixaram de pagar. “Venderam uma mentira até para os aliados dizendo inicialmente que seriam R$ 400 milhões esse pagamento, agora, na chegada da peça orçamentária, vemos que são R$ 2,2 milhões a menos que teremos para investir no RS.”

Para Edegar, o próximo governo precisará correr atrás dos prejuízos causados pelo acordo mal feito de Eduardo Leite e Bolsonaro. “Vamos começar a trabalhar sem a arrecadação do ICMS dos combustíveis. Não sou contra a redução de impostos, de maneira nenhuma, mas nesse acordo feito com Bolsonaro, ficou definido que a União repassaria R$ 5 bilhões correspondentes ao que o Estado deixa de arrecadar e, até agora, Eduardo não cobrou esse valor do governo federal.”

Segundo ele, diversos estados entraram imediatamente na justiça cobrando o repasse, mas o RS está apenas agora entrando com o processo.” Eles esperaram meses para se mexer. Enquanto isso, os que mais precisam de apoio do Estado, padecem. Tenho certeza que Lula vai alterar as políticas de preço da Petrobras para que ela não encha o bolso dos acionistas, mas sim contribua com o desenvolvimento do país. Manteremos as alíquotas reduzidas e vamos buscar a compensação imediata daqueles R$ 5 bi, assim, poderemos garantir a retomada de investimentos, o apoio aos micro, pequenos e médios empreendedores e executar projetos nas diversas áreas que fazem o estado e as pessoas crescerem.”