Edegar Pretto participa da Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, que celebra a maior produção da
O deputado Edegar Pretto (PT) participou nesta sexta-feira (18) da 19ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio Grande do Sul (MST/RS). O evento aconteceu no Assentamento Capela, em Nova Santa Rita, onde está localizada a Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), um dos principais empreendimentos de alimentos orgânicos na região Metropolitana de Porto Alegre.
Conforme o parlamentar, a produção de arroz orgânico do MST comprova que é possível produzir alimentos saudáveis em escala, mas com respeito à vida e ao meio ambiente. “É a natureza convivendo com harmonia e viabilidade econômica, mas priorizando a vida das pessoas. Então, temos motivos para celebrar este importante momento, que também serve para nos energizarmos coletivamente e nos preparamos para as grandes lutas que teremos pela frente, em especial visualizando um novo Brasil e um novo Rio Grande que nós haveremos de construir”, ressaltou.
Pretto falou ainda que é preciso agradecer pela produção e do orgulho que sente pelo movimento, principalmente por ter resistido a esse tempo tão difícil de pandemia, sempre sendo solidário e doando alimentos. Também lembrou que, no período da prisão injusta de Lula, o MST não deixou o povo brasileiro abandonar o ex-presidente. “Foi o MST que montou um acampamento da resistência em Curitiba, e em conjunto com outros movimentos sempre esteve na linha de frente para dar bom dia, boa tarde e boa noite ao presidente. Lula não desistiu, e nós não desistimos do Lula”, recordou.
A festa foi retomada depois de dois anos sem ocorrer de forma presencial devido à pandemia de Covid-19. Ao todo, cerca de 1.300 pessoas, de várias partes do estado e do país, participaram, respeitando os protocolos sanitários. Conforme o assentado Marildo Mulinari, que faz parte da coordenação do Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, o objetivo é celebrar com a sociedade gaúcha a produção orgânica, que é uma alternativa viável diante do cenário de fome e de crises que o país enfrenta, sobretudo a ambiental.
“Temos muito orgulho do projeto de agricultura que construímos, com respeito à vida, às pessoas, à natureza. A nossa produção também é de solidariedade, doando comida a quem precisa de ajuda para não passar fome. Nós vamos seguir com a bandeira da agroecologia, produzindo alimentos saudáveis e realizando nossas ações solidárias. Por isso, a festa é mais um momento de partilha do resultado desse trabalho do agricultor com quem está na ponta, que é o consumidor”, disse.
A tradicional colheita simbólica foi um dos momentos mais aguardados da festa. Enquanto o arroz orgânico era colhido, o público aplaudia em pé nas margens da lavoura. O MST, há dez anos, lidera o ranking de maior produtor do alimento na América Latina, conforme levantamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).
Na safra 2021/2022, a estimativa é colher mais de 15 mil toneladas (310 mil sacas), numa área de 3.196,23 hectares. A produção ocorre em 14 assentamentos, localizados em 11 municípios das regiões Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste. O cultivo é feito por 296 famílias, que estão organizadas em nove cooperativas da Reforma Agrária. As principais variedades plantadas são agulhinha e cateto.
Além de experimentar uma refeição com arroz orgânico e prestigiar a colheita na lavoura, quem esteve no evento também pôde participar de estudos com o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Marques, sobre crises ambientais; e o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, sobre a atual situação social, política e econômica do país. Um dos pontos destacados pelo dirigente é a urgência da retomada de políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que são fundamentais para estruturar as cadeias produtivas e combater a fome no país.
“Precisamos recuperar políticas que protejam e garantam o abastecimento alimentício. E isso depende da produção de alimentos e do consumo. O agricultor precisa de políticas que possibilitem a ele plantar e vender, como o PAA e o PNAE fizeram. E na ponta, para o consumidor, o Estado tem que retomar a garantia da política de emprego e de valorização do salário mínimo, porque a primeira coisa que ele faz quando tem dinheiro é correr ao supermercado e à padaria, para se alimentar melhor. Nós precisamos de uma política de desenvolvimento baseada em investimentos pesados na indústria e na agricultura”, apontou.
Na Festa da Colheita do Arroz Agroecológico também teve Feira da Reforma Agrária, que colocou à disposição dos visitantes artesanatos e uma diversa produção orgânica de assentamentos do RS, Paraná e Minas Gerais. Um dos principais momentos do evento foi o ato político. Autoridades e lideranças revezavam falas em apoio ao MST e à produção de alimentos saudáveis. Além de Pretto, também participaram das atividades a ex-deputada Manuela D’Ávila, a deputada federal Maria do Rosário, o deputado federal Dionilso Marcon, o deputado estadual Fernando Marroni, a deputada estadual Sofia Cavedon e o prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella.
Imagem: Brayan Martins
Texto: Catiana de Medeiros