Edegar Pretto diz que precisa ouvir todas as regiões do RS para estruturar plano de desenvolvimento
Em roteiro de trabalho na Serra Gaúcha, o deputado estadual Edegar Pretto (PT) esteve em três municípios nesta quinta-feira (09/12). Em Bento Gonçalves, o tema foi saúde, e em Farroupilha e Nova Roma do Sul tratou de agricultura familiar, em encontros com representantes do segmento da vitivinicultura, uma das principais produções da região. “Não tem como pensar o futuro do estado sem pensar todas as regiões. A Serra não está tendo a atenção que deveria ter. Vale lembrar que os nossos governos sempre tiveram um olhar diferente para a saúde e para a vida das pessoas. Precisamos retomar esse tempo”, ressaltou o deputado.
No Hospital Tacchini, Pretto foi recebido pelo superintendente Hilton Mancio; pela presidente do Conselho de Administração, Maristela Cusin Longhi; e pelo conselheiro Clacir Antonini. Um dos temas em destaque diz respeito às dificuldades financeiras nos hospitais da região. Há insuficiência de financiamento federal. De um lado, a tabela desatualizada de remuneração dos procedimentos e cirurgias, e de outro lado insumos que atrelados à inflação e ao dólar disparam custos operacionais dos hospitais. O governo do Estado do RS também não cumpre a obrigação de aplicar 12% da receita corrente em saúde pública, conforme Lei 141/2012. Enquanto isso, os municípios aportam mais recursos em saúde do que a lei determina, que é 15% da receita corrente.
Conforme Maristela Longhi, o ano de 2020 foi um ano delicado para o setor da saúde. “As tabelas do SUS não estão sendo corrigidas. Graças à mobilização que fizemos com a comunidade, conseguimos vencer as dificuldades. Temos um trabalho com muita responsabilidade, e somos movidos por grandes legados”, declarou.
Pretto fez um agradecimento aos profissionais de saúde e gestores, e prestou solidariedade aos familiares de vítimas da Covid e sobreviventes. Para o parlamentar, é inegável a necessidade de aumentar os recursos destinados à saúde pública.
Visita a vinícolas da Serra
No município de Farroupilha, Edegar Pretto esteve na Vinícola São João, na Vila Jansen. Visitou as instalações da cooperativa e o setor de envasamento de espumantes. Ouviu do diretor de vendas, Cláudio Selli, a história da São João, que tem cerca de 480 famílias associadas. O diretor disse que Farroupilha é considerada, hoje, a capital nacional do Moscatel, e que cerca de 60% dos sucos e vinhos da vinícola são vendidos no Rio Grande do Sul, enquanto o restante vai para estados como São Paulo, Rio de Janeiro e outros do Nordeste. “Para mensurar a importância do setor da uva e do vinho da Serra Gaúcha, somos maiores que os setores de metalurgia e comércio”, comemora Selli.
“A produção de uva é essencialmente baseada na agricultura familiar, e tornou-se uma das fontes do crescimento econômico regional, não só pela renda direta para as famílias, mas também porque possibilita outras atividades que ampliam a geração de emprego e renda, como o turismo”, observou Pretto. Para ele, é necessário ampliar o diálogo com as cooperativas e seus associados, aperfeiçoar políticas públicas que tratem de tributação e acesso ao crédito, assistência técnica e extensão rural. Além disso, possibilitar a garantia de preços e escoamento da produção, que hoje é um dos gargalos da Serra.
Em Nova Roma do Sul, Pretto foi recebido na prefeitura pelo prefeito Douglas Favero (PP) e pelo vice-prefeito Roberto Panazzolo (PT). Em seguida, esteve nas Vinícolas Muthiel e D’Klóss, de propriedade das famílias Comin e Kloss. O vereador do município e integrante da família, José Comin (PT), recebeu o deputado e conversou sobre os vinhedos e a produção.
Os proprietários das vinícolas reivindicam uma política do governo para incentivo à produção de uva, suco e vinho, que é uma importante fonte de renda na maioria das regiões, principalmente onde predominam as pequenas propriedades da agricultura familiar, que na Serra Gaúcha representa 70% dos produtores. “Se percebe incentivos aos grandes produtores, de soja e milho. Mas não há preocupação com os pequenos. É um momento muito crítico da agricultura familiar, e isso precisa mudar”, ressaltou Comin. Ele lamenta que os governos estadual e federal tenham abandonado a agricultura familiar.
Edegar Pretto defendeu soluções que fortaleçam a cadeia produtiva da uva. “A produção das pequenas propriedades rurais é fundamental para o Rio Grande do Sul, seja na produção ou na geração de trabalho e renda na localidade. O mesmo vale para as micro, pequenas e médias empresas. Os governos precisam se preocupar e priorizar políticas públicas para os pequenos, que são parte importante da força econômica dessa região”, avalia o deputado. Atualmente, o estado é o maior produtor de uva do país. Mais de 20 mil famílias de agricultores familiares produzem uva no Brasil. Destes, 90% estão localizados na Serra Gaúcha, conforme o IBGE.
Em Bento Gonçalves, Pretto esteve acompanhado pelo deputado Pepe Vargas (PT); o vice-presidente do PT de Bento Gonçalves, Claudir Schulz; a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bento Gonçalves, Neilene Lunelli; e a diretora sindical da área da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves, Adriana Assis. A visita às vinícolas foi acompanhada pela presidente do PT de Caxias do Sul, Joceli Veadrigo (Piccola) e pela coordenadora regional do PT, Marlene Marsango, que esteve presente em todas as atividades do dia.
A interiorização do movimento “Rio Grande e presente, para toda a sua gente”, coordenado pelo deputado Edegar Pretto, pré-candidato do PT ao governo do RS, já passou pelas regiões Norte, Centro, Sul e Alto Uruguai, com o objetivo de dialogar com os diversos setores produtivos.