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Serra gaúcha encerra ciclo de assembleias populares do plano de governo de Edegar Pretto

Esperança e empolgação marcaram a última edição do ciclo de assembleias populares regionais do plano de governo de Edegar Pretto, pré-candidato do PT ao Palácio Piratini. Cerca de 450 pessoas lotaram o Teatro Murialdo neste sábado (23), em Caxias do Sul. O evento reuniu representações dos municípios que integram os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) Serra, Hortênsias e Campos de Cima da Serra. O combate à fome, a geração de emprego e o desenvolvimento regional foram os temas destacados como prioritários pelas populações envolvidas.

Milhares de pessoas participaram dos 10 encontros, que percorreram todo o Rio Grande do Sul, dialogando e elegendo propostas ao plano de governo. “Eu estou com o pé na estrada. A nossa jornada é para que possamos reconstruir esse estado com a participação de todos e todas”, disse com emoção Edegar Pretto, ao subir no palco e agradecer a calorosa recepção dos presentes e destacar o importante apoio dos partidos da Federação Brasil da Esperança, PT, PCdoB e PV.

Pretto falou do papel importante da região para a economia do RS. Lembrou que em várias ocasiões esteve em Caxias do Sul conversando com diversos setores, como indústria, saúde, educação e produção, através da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), do Hospital Geral, da Universidade de Caxias de Sul (UCS) e de cooperativas do setor vitivinícola. Sobre desenvolvimento regional, comentou que um dos gargalos da Serra gaúcha é a infraestrutura. A respeito disso, criticou o modelo de concessão de rodovias do atual governo do Estado, que está criando praças de pedágio que terão tarifas altas. “Isso vai encarecer o custo de transporte, e a população vai pagar mais caro pelos produtos da região. O preço vai ser colocado em cada garrafa de suco de uva, de vinho, nos móveis das indústrias, entre outros. É uma taxação imposta sem nenhum diálogo com a população”, alertou.

Edegar Pretto ainda avaliou as assembleias populares, e disse que o seu plano de governo será fruto de muita verdade. “O que nós vamos colocar no papel é o que nós vamos cumprir depois. O governo que nós queremos leva em conta a participação das pessoas e o desenvolvimento regional. Por onde eu passo, vejo que as pessoas não querem esmola ou favor, elas querem oportunidades”, observou.

O ex-prefeito de Caxias do Sul e deputado estadual, Pepe Vargas, definiu a assembleia como um espaço importante de mobilização e reforço do compromisso de mudar o RS e de colocar o povo novamente no orçamento dos governos estadual e federal. Acrescentou que as demandas da Serra têm suas peculiaridades, mas que, em geral, dialogam com as necessidades do conjunto do estado. “Nós precisamos de um governo que apoie a agricultura familiar, que pense políticas públicas para fortalecer o setor industrial, em especial as micro e pequenas empresas, um governo que articule ações com as universidades para pensar na inovação tecnológica. Um governo que pense o orçamento de forma a viabilizar as políticas públicas de saúde, educação e combate à fome”, apontou.

Além da participação presencial nas assembleias, a população gaúcha também tem à disposição a Decidim Povo, plataforma digital que pode ser acessada em https://decidimrs.com.br. A ferramenta reúne opiniões e sugestões para o plano de governo de Edegar Pretto. Além de Caxias do Sul, os encontros ocorreram em São Leopoldo, Pelotas, Sant’Ana do Livramento, Santo Ângelo, Porto Alegre, Passo Fundo, Osório, Santa Cruz do Sul e Santa Maria.

A população tem voz nas assembleias populares

Escutar para governar é o mote da pré-campanha de Edegar Pretto ao Piratini. O modelo de participação acontece por meio de porta-vozes, especialistas nos temas prioritários, que expõem as principais carências e sugerem soluções aos problemas regionais. Outro momento importante são as explanações e entregas de documentos ao pré-candidato, por parte de lideranças comunitárias, movimentos populares, sindicatos, entidades, entre outros segmentos.

O tema justiça social e pão na mesa foi trazido pelo auditor fiscal do trabalho e gerente do Ministério do Trabalho e Previdência Social em Caxias do Sul, Vanius Corte. Ele destacou que o Brasil regrediu, com 33 milhões de pessoas passando fome. Avaliou também que a volta dessa situação no país não é uma fatalidade, nem é uma obra do acaso, mas fruto de um projeto político e econômico, que destruiu políticas públicas. Questionou ainda qual foi a política de assistência social dos dois últimos governos no RS. Como sugestão, disse que é preciso retomar e reforçar as redes de assistência social e restabelecer políticas de combate à fome, emprego e valorização do salário mínimo.

A psicóloga, educadora popular e militante do coletivo de mulheres trabalhadoras “Las Margaritas”, Joanne Cristina Pedro, disse que a economia solidária precisa ser valorizada e apoiada como instrumento de inclusão social e de geração de renda com preservação do meio ambiente. Para ela, a economia popular apresenta não somente um novo modelo de desenvolvimento econômico sustentável, mas também oferece um projeto de sociedade mais fraterna e inclusiva. “É isso que precisamos consolidar, uma luta coletiva de desenvolvimento consciente”, argumentou.

O desenvolvimento econômico foi abordado por Silvana Piroli, que é coordenadora regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo ela, no aspecto econômico é preciso pensar o tipo de desenvolvimento que se quer para o país. “Precisamos pensar soluções a partir das necessidades da população, com inovação e tecnologia para garantir direitos sociais importantes, como alimentação, moradia e acesso a bens para termos qualidade de vida”, ressaltou.

Presenças

Também participaram da assembleia em Caxias do Sul a deputada federal Maria do Rosário; o deputado federal Dionilso Marcon; o presidente do PCdoB, Juliano Roso; o secretário municipal do PV, Jaison Barbosa; lideranças e militantes do PT, PCdoB e PV; vereadores e vereadoras do município e região; pré-candidatos e pré-candidatas a deputado e deputada estadual e federal.

Foto: Rafael Stedile