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Setor do leite sem apoio; Edegar Pretto diz que governo será maior cliente da agricultura familiar

O preço do leite longa vida assusta os consumidores – subiu 22% na prévia da inflação de julho e acumula alta de 57% no ano. Já os produtores, especialmente os pequenos, sofrem sem apoio dos governos federal e estadual. Com o custo de produção elevado, no Rio Grande do Sul, o governo de Eduardo Leite abandonou o setor leiteiro e 46 mil famílias deixaram de produzir leite.

Em vez de medidas para promover a cadeia do produto, os atuais governos estão levando à falência milhares de famílias que vivem da produção. É um efeito que vai quebrar os produtores e gerar mais desemprego no campo. A cadeia do leite é fundamental para gerar emprego e renda no campo e para garantir a segurança alimentar da população. 

Diante das dificuldades do setor, o governo gaúcho não tomou nenhuma medida concreta para ajudar. Pelo contrário. Na pandemia e estiagem de 2020, em vez de comprar alimentos da agricultura familiar para ajudar famílias de estudantes em situação de vulnerabilidade, que estavam sem acesso à merenda escolar por causa do isolamento, optou por gastar R$ 25 milhões de uma rede atacadista, sem adquirir nenhum produto dos pequenos agricultores, mesmo após receber propostas dos movimentos do campo.

Muito diferente das gestões do PT no RS. O governo Olívio Dutra, dentre outras medidas, realizou a primeira feira da agricultura familiar na Expointer. O governo Tarso Genro investiu R$ 9 milhões no melhoramento genético do rebanho leiteiro por meio do programa Dissemina. Já o Programa Leite Gaúcho financiou R$ 26,6 milhões para mais de 80 mil famílias, visando o aumento do rebanho e plantio de sementes forrageiras.

O governo Bolsonaro, por sua vez, desmontou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado no governo Lula. Por meio do PAA, a União comprava da agricultura familiar e distribuía alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade social. No lugar do PAA, foi criado o Programa Alimenta Brasil, que perdeu 97% dos recursos em dez anos. O valor executado caiu de R$ 361,9 milhões, em 2011, para R$ 10 milhões em nível nacional no ano passado. 

Para o candidato a governador do RS, Edegar Pretto, é urgente retomar e fortalecer programas federais e estaduais de compras institucionais da agricultura familiar. Pretto lembra que o setor foi uma das prioridades do então presidente Lula, que durante seu governo criou e regulamentou programas de incentivo à produção e venda de alimentos como o PAA, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Com essas ações, o Brasil foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelo em políticas de segurança e soberania alimentar. Hoje, com Bolsonaro, o país voltou para o mapa da fome da ONU.

Somente na Região Metropolitana de Porto Alegre, 1,2 milhão de gaúchos e gaúchas estão em situação de extrema miséria. Segundo Edegar Pretto, é inaceitável o RS conviver com a fome, pois “tudo que se planta dá”. Para ele, é preciso apoiar e fortalecer a agricultura familiar, ampliando a produção de alimentos e gerando renda no campo. “O Estado será o maior cliente da agricultura familiar. Quem produzir alimentos terá apoio e renda”, afirma Pretto.

Nas diretrizes do Plano de Governo da coligação PT, PCdoB, PV, PSol e Rede Sustentabilidade está prevista a retomada do Plano Safra Gaúcho, que terá ações de fomento específicas para o setor leiteiro. 

 

Foto/Brayan Martins