Com diálogo e trabalho, a valorização de quem faz saúde pública será retomada, diz Edegar Pretto
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) promoveu nesta quinta-feira (18), no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, o painel “Compromissos para a Saúde do Rio Grande do Sul”, com a presença de candidatos ao governo do Estado.
Representando a coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSol e Rede Sustentabilidade), Edegar Pretto abordou diferentes temas relacionados à saúde. Entre eles, a questão orçamentária. Para o petista, o ponto de partida para resolver diversos problemas na área é o fim do teto nacional de gastos. “Resolvendo essa questão, conseguiremos evitar que as Santas Casas fiquem à beira do fechamento, por exemplo, e que os insumos aumentem cada vez mais e que o sucateamento da saúde pública ocorra.”
Ele relatou que esteve na Santa Casa de Santana do Livramento e ouviu angústias dos profissionais e viu a precarização dos atendimentos. “Implantaram lá um sistema de teleconsulta por telefone na UTI pediátrica. A mãe chega com o filho e recebe a notícia que o sistema tele vai ser utilizado. Mas, em casos mais complexos, sabemos que não é o suficiente, o que coloca em risco a saúde do paciente. Então, os investimentos são urgentes, assim como a regionalização da saúde também é necessária. É possível qualificar a área e acabar com as filas intermináveis.”
Uma das perguntas da entidade aos candidatos foi sobre a proposta de criar uma carreira estadual de médico. A respeito disso, Edegar afirmou que reconhece e respeita todos os profissionais da saúde e também conhece a realidade das comunidades do estado. De acordo com ele, os profissionais do setor não podem ser contratados como “empresas”, pois todos são capacitados e merecem valorização, o que a reforma trabalhista não oferece.
“A reforma trouxe a precarização do trabalho e ela precisa ser revisada. A informalidade voltou e, ao contrário daquilo que diziam quando a aprovaram, ela não melhorou as relações de trabalho, nem a autoestima das pessoas e nem os atendimentos. Ela eliminou oportunidades e trouxe insegurança aos profissionais. Com diálogo e trabalho, a valorização de quem faz saúde pública será retomada. Apoiaremos os movimentos nesse sentido.”
Edegar Pretto destacou os impactos do Programa Assistir, criado pelo ex-governador Eduardo Leite, que vai retirar mais de R$ 100 milhões de hospitais da Região Metropolitana de Porto Alegre. “Se eu tiver a honra de ser governador, nós vamos terminar com o Assistir e repor o recurso tirado desses hospitais”. Ele criticou ainda o governo Bolsonaro, por negar a ciência, a pesquisa e a vacina. Afirmou ainda, que o desemprego e a fome, que atinge 33 milhões de brasileiros, também impactam a saúde da população. “Com diálogo e com transparência nós podemos resolver os graves problemas que o nosso estado tem. O meu compromisso é investir os 12% da receita em saúde, conforme a lei. Essa é, certamente, uma das grandes ações que um governo pode fazer.”
O evento foi mediado pelo presidente da entidade, Marcos Rovinski, que ao final entregou aos candidatos um documento do Simers com as principais reivindicações da entidade e da categoria médica.