Bares e restaurantes de São Leopoldo terão selo “Aqui tem respeito pelas mulheres”
A partir de outubro, as mulheres terão mais um instrumento de prevenção à violência em São Leopoldo. A Prefeitura, através da Secretaria de Políticas para Mulheres (Sepom), e o Comitê Gaúcho Eles Por Elas da ONU Mulheres, lançaram nesta quarta-feira (15) a campanha educativa chamada “Aqui tem respeito pelas mulheres”.
Os funcionários e proprietários de bares, restaurantes, casas noturnas e hotéis que aderirem à campanha receberão uma formação de sensibilização da Universidade La Salle, para orientá-los a como identificar e prestar atendimento para mulheres em situação de assédio, violência ou machismo, dentro de estabelecimentos. Os locais ganharão um selo informando às mulheres que ali elas poderão pedir ajuda por meio de um código – que será o nome de uma bebida. A partir disso, será identificado que o caso é uma situação de risco e a vítima receberá ajuda. A capacitação vai dar instruções de enfrentamento do problema, abordando o respeito à igualdade de gênero e dicas para atender aos casos de assédio contra as mulheres. Apenas os estabelecimentos que inscreverem ao menos 30% dos seus funcionários receberão o selo.
Para o deputado estadual Edegar Pretto (PT), coordenador do Comitê da ONU no Rio Grande do Sul, a iniciativa é mais um instrumento de mudança cultural no que diz respeito à relação com as mulheres. De acordo com dados apresentados pelo parlamentar, em 2020, de janeiro a dezembro, 78 mulheres morreram vítimas de feminicídio no estado, 323 registraram ocorrência como vítima de tentativa de feminicídio, 1.908 foram estupradas e 18.944 registraram ocorrência como vítima de agressão com lesão corporal.
Em 2021, até o início de setembro, 72 mulheres morreram vítimas de feminicídio no estado. “Queremos mobilizar homens que têm um entendimento diferente. Nosso trabalho é para mudar essa cultura machista que temos na sociedade”, disse o deputado.
O prefeito Ary Vanazzi lembrou que o município tem uma Secretaria de Políticas para as Mulheres, justamente para reforçar ações que possam contribuir com a redução dos índices de violência. Ele avalia que o trabalho feito em conjunto com movimentos de mulheres precisa ser ampliado para todos os municípios gaúchos. “Nós queremos desenvolver um processo de conscientização forte na defesa das mulheres e contra a violência. Na pandemia as mulheres sofreram muito com desemprego, miséria, fome e todos os problemas. Estamos reforçando nosso compromisso com as mulheres neste projeto”, declarou.
A secretária de Políticas para as Mulheres, Margarete Simon Ferretti, enfatizou a importância de projetos que propiciem ambientes mais seguros para as mulheres, e que os homens precisam estar no centro deste debate. Lembrou que o trabalho vai envolver bares, restaurantes e Pubs do município, e que já existe um comitê intermunicipal de fortalecimento de políticas para as mulheres. A partir de uma mobilização iniciada em São Leopoldo já são 15 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre que fazem parte desta rede que discute boas práticas de prevenção à violência contra as mulheres.
“Após a adesão ao Eles Por Elas, hoje damos um segundo passo para efetivar esse projeto. Temos que rechaçar qualquer tipo de violência em todos os espaços”, ressaltou a titular da Sepom.