Bancada do PT participa de homenagem a Jaime Caetano Braun
O deputado Edegar Pretto representou nesta quinta-feira (4) a bancada do PT na homenagem ao payador e poeta Jaime Caetano Braun, durante o Grande Expediente proposto pelo deputado Luiz Marenco (PDT). A solenidade contou com a presença do ex-governador Olívio Dutra, amigo do artista morto em 1999.
Edegar fez referência à memória do artista que orgulha a todos os gaúchos. “Não teve a oportunidade do estudo formal, mas era dono de inteligência rara, era a cara do RS e por essa inteligência e por conhecer o estado colocou em rimas as características do nosso povo, um ser humano que se realizou na sua plenitude. Inclusive politicamente, pois ele sempre teve opinião sobre as questões que dizem respeito à política brasileira”.
A ligação de Braun com a política começa em 1945, participando em palanques de comício como payador. A partir daí integraria as campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e em 1962 concorreria a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo PTB, ficando como suplente. “Missioneiro como Olívio Dutra, Jaime Caetano Braun é da cepa de Noel Guarani, Cenair Maicá e Pedro Ortaça, que canta lindamente até hoje assim como o colega deputado Marenco nos palcos do nosso Rio Grande do Sul”.
O deputado Edegar lembrou que sua história pessoal é semelhante a de outros colegas do parlamento que recordaram momentos em família com alguém sempre declamando, lendo os livros ou ouvindo os discos de Jeime Caetano Braun. “Meu pai comprou o primeiro livro do Jaime Caetano Braun para eu decorar uma poesia para declamar na festa da escola da minha comunidade quando eu tinha oito anos. Ele comprou o livro De fogão em fogão e nós escolhemos a poesia Tio Anastácio, que é uma das mais conhecidas junto com O Bochincho”, afirmou, declamando os versos: “Conheci Tio Anástácio num bolicho de campanha, golpeando um trago de canha oitavado no balcão. Tinha bem logo a impressão que aquele mulato sério era o Rio Grande Gaudério, fugindo da evolução! Tio Anastácio pra cá, tio Anastácio pra lá. Mandado mesmo que piá por aquela redondeza, nos remendos da pobreza, entrava e passava inverno como um tronco só no cerno pelegueando a natureza”.
Jayme Guilherme Caetano Braun nasceu em Timbaúva, (hoje Bossoroca), na época distrito de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões no Rio Grande do Sul, em 30 de janeiro de 1924 e morreu em Porto Alegre, em 8 de julho de 1999. A cerimônia de despedida foi realizada no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, quando o conterrâneo Olívio Dutra era governador. Braun foi um renomado payador e poeta do Rio Grande do Sul, prestigiado também na Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Era conhecido como El Payador e por vezes utilizou os pseudônimos de Piraj, Martín Fierro, Chimango e Andarengo.