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Edegar Pretto defende unidade contra política de desvalorização salarial

Os desafios e direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do Rio Grande do Sul estão em debate no Congresso Estadual da Federação dos Trabalhadores da Alimentação, que iniciou nesta quarta-feira (24), em Porto Alegre, com representações de sindicatos das categorias que reúnem cerca de 140 mil trabalhadores em todo o estado. O evento vai até sexta-feira na capital.

A abertura foi feita pelo presidente da Federação, Paulo Madeira, e contou com a presença de convidados e convidadas, como os deputados petistas Edegar Pretto e Pepe Vargas; a dirigente da Fetraf-RS, Cleonice Back; o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci; e o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor. O presidente Madeira destacou que o Congresso é um importante espaço para retomar o debate contra a política do Governo Bolsonaro. Segundo ele, as reformas e a política do atual governo só têm o objetivo de enfraquecer as representações coletivas dos trabalhadores, mas reforça que o movimento sindical segue unido contra as políticas de desvalorização salarial.

“Estamos fazendo esse debate, e chamando as categorias para assumirem esse compromisso com as mudanças que precisamos para a classe trabalhadora. Sindicalismo se faz em qualquer lugar, até debaixo de uma árvore. A Federação vai cumprir seu papel como defensora dos direitos do nosso povo trabalhador”, afirmou.

As lideranças avaliam a situação dos trabalhadores, num cenário de grandes dificuldades agravadas pela pandemia, desemprego em massa, alta no preço dos combustíveis, gás de cozinha e dos alimentos. Para o deputado Edegar Pretto (PT), a política adotada por Bolsonaro, deteriorou rapidamente as condições de vida da população brasileira.

O parlamentar lembrou que o país saiu de uma situação de pleno emprego nos governos Lula e Dilma, para uma grave crise econômica e social, de total abandono de políticas públicas. Citou que em 2002, no início do governo do presidente Lula, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking global de economias, e que em 2011, subiu para 6ª posição.

“Com o fim do governo Dilma perdemos posições e hoje somos a 12ª posição. O resultado foi a queda da produção e desemprego. Estamos num estado com a cesta básica mais cara do país, com as pessoas passando fome e vivendo na pobreza e extrema pobreza. Por isso, a necessidade urgente de reconstruir o nosso Rio Grande do Sul e o Brasil, e junto com Lula voltarmos a olhar com atenção para os setores de produção, que são responsáveis por boa parte da geração de empregos”, destacou Pretto.

Outro ponto do debate tratou das reformas trabalhistas, que segundo os dirigentes só retiraram direitos, causando uma explosão do desemprego e a brusca redução de salários em todo o país. Há uma forte crítica ao discurso das reformas com promessa de geração e de inclusão dos informais, o que na prática não aconteceu. A avaliação é de que houve uma desestruturação do mercado de trabalho e ampliação do mercado informal. A defesa dos líderes de sindicatos é de que é preciso restabelecer a proteção social do trabalho conforme a Constituição. Eles também cobram que haja urgência em reequilibrar a relação entre capital e trabalho, pois esta fórmula de trabalho sem direitos só causa prejuízo à classe trabalhadora.

A opinião geral dos participantes é de que o movimento do atual governo busca enfraquecer as organizações coletivas, especialmente os sindicatos. Neste sentido, as categorias reafirmaram que o processo de reorganização sindical vai continuar ocorrendo, como forma de união em defesa dos direitos trabalhistas e da soberania do país.