Atos em Porto Alegre marcam o Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres
O Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, 25 de novembro, foi marcado por manifestações para alertar a sociedade sobre as diversas formas desta prática, oriunda do sexismo e machismo estrutural. Em Porto Alegre, um ato em frente do Palácio Piratini marcou o dia de não violência contra as mulheres e reuniu movimentos feministas da capital e do estado, além de lideranças nacionais especialistas no tema. No mesmo dia, a bancada do PCdoB na Câmara Municipal, através das vereadoras, Daiana Santos e Bruna Rodrigues, promoveu um debate contra a violência de gênero na política, com a participação de vereadoras, deputadas, advogadas, sociólogas e líderes de movimentos nacionais de lutas pela mulheres.
Entre as principais reivindicações do dia estão o diálogo com a população, no sentido de mostrar o tamanho e o impacto dessa chaga social, e a criação e execução de legislações específicas e políticas públicas, estaduais e federais, voltadas à defesa dos direitos e à proteção das mulheres. Denunciaram ainda, o descaso do Governo Bolsonaro, com o desmonte de programas sociais e os retrocessos no país nos últimos anos, em especial na atual gestão. Já do Governo Eduardo Leite, elas cobraram a falta de políticas públicas para as mulheres e destacaram o aumento de casos de feminicídio no estado. Os atos também lembraram mulheres que foram mortas por homens, principalmente no período da pandemia, e outras que foram assassinadas por estarem em posição de destaque e defender a causa das mulheres, como por exemplo a vereadora, pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marielle Franco.
Para Télia Negrão, da coordenação nacional do Levante Feminista, esse ato é uma expressão da inconformidade e da revolta das mulheres brasileiras com a situação do feminicídio no Brasil. “Nós nos tornamos o quarto país do mundo em assassinato de mulheres, por serem mulheres. E o Rio Grande do Sul que é o estado que poderia estar acima da média, pelo seus indicadores sociais, é um estado que nos envergonha, porque só nesse ano já foram mortas 87 mulheres, conforme os dados do Observatório do Levante Feminista contra o Feminicídio, isso significa que nós vamos bater um recorde de feminicídio este ano. Isso nos produz muita tristeza e revolta, mas também nos fortalece, no sentido de que nós não aceitaremos mais isso”, garantiu.
Deputado Edegar Pretto chama os homens para a luta contra o machismo
O deputado Edegar Pretto, que é coordenador do Comitê Gaúcho Eles Por Elas – HeForShe – da ONU Mulheres, participou dos dois momentos e agradeceu às mulheres por permitirem que ele possa caminhar junto a elas nessa luta. “Não haverá uma sociedade justa enquanto mulheres não tiverem os mesmos direitos que os homens, enquanto continuar se banalizando todos os tipos de violência contra as mulheres. É inadmissível, que em pleno 2021, nós tenhamos ainda, mais de 20% das mulheres que estão no mercado de trabalho, desempenhando a mesma função que os homens, mas recebendo menos, somente pelo fato de serem mulheres. A violência contra as mulheres é praticada pelos homens, e é essa cultura machista que nós estamos lutando para acabar. Então é fundamental, que todos os homens assim como eu, que estão incomodados com esse mundo desigual, machista, que oprime e que mata mulheres, venham conosco”, convoca Pretto.
Para ele, além de desconstituir a cultura machista, é necessário cobrar do Estado decisão políticas e orçamento, justamente o contrário do que está ocorrendo no Governo Leite, que tem descontinuado políticas fundamentais para reduzir os feminicídios e para construir oportunidades para as mulheres. “No Governo Tarso Genro, nós chegamos a ter uma secretaria de Políticas para As Mulheres. E nos governos Lula e Dilma nós tivemos um ministério voltado a esse tema, nós tínhamos estrutura e orçamento. Infelizmente, agora nós estamos vendo um grande retrocesso e, além disso, vemos os maus exemplos do presidente do país, que é machista, misógino, que desrespeita as mulheres”, finalizou.