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Reitores e deputados gaúchos sugerem mobilização contra corte de verbas

Em reunião organizada pelo deputado Valdeci Oliveira (PT), reitores e reitoras de universidades e institutos federais do Rio Grande do Sul estiveram com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ernani Polo (PP). Também participou da reunião o deputado Edegar Pretto (PT).

A motivação do encontro é o corte de verbas do orçamento das instituições de ensino federal, promovido pelo governo Bolsonaro. O problema não é novo. Assim como aconteceu no ano passado, o Ministério da Educação fez redução orçamentária destinada a investimentos e custeios das universidades e institutos federais em todo o país.

Uma das propostas apresentadas pelos deputados e reitores é a reedição da Frente Gaúcha em Defesa das Universidades e Institutos Federais, assim como feito em 2017, quando o deputado Edegar Pretto foi presidente da Assembleia Legislativa e liderou uma mobilização estadual dos poderes com a comunidade acadêmica e o Congresso. “Vamos fazer nossa parte. Não podemos cruzar os braços e aceitar passivamente mais um corte que inviabiliza a Educação pública, sob risco das instituições federais fecharem as portas”, alertou Pretto.

Somente no caso da Universidade Federal de Santa Maria, por exemplo, o corte chega a 33%, informou o reitor Paulo Burmann. Mas segundo ele, em outras universidades, o corte atinge cerca de 40%. “É um momento muito crítico, e a mobilização de lideranças estaduais e federais vai permitir um diálogo franco sobre a real situação das universidades e institutos. Com isso, poderemos chegar ao Congresso Nacional, que é a instância que vai deliberar sobre a liberação desses recursos, a partir do entendimento com o Executivo federal”, avaliou o reitor.

No relato dos participantes, o ensino público federal está ameaçado de desaparecer se continuarem em prática as medidas impostas pelo governo federal. Por conta das medidas, reitores e reitoras avaliam que as entidades estarão novamente em situação emergencial e totalmente restritiva para manter o funcionamento pleno das unidades de ensino. “De forma imediata precisamos tratar da liberação de recursos orçamentários para que as instituições possam chegar até o final do ano e pagar as despesas básicas de manutenção”, observou o deputado Valdeci.

Os cortes prejudicam predominantemente o cotidiano das instituições, mas principalmente a expansão. Além da reedição da Frente Gaúcha em Defesa das Universidades e Institutos Federais, foi sugerido um calendário de atividades conjuntas. O presidente Polo solicitou aos reitores um levantamento completo da situação das universidades e institutos federais no estado. Segundo ele, os dados ajudarão no encaminhamento das questões e na interlocução com a bancada gaúcha no Congresso.