“Proposta de reajuste do piso regional é incompatível com a realidade dos trabalhadores”, diz Edegar
Um ato em frente ao Palácio Piratini marcou o pedido das centrais sindicais para reajuste de 10,32% para o Salário Mínimo Regional. A proposta do Governo do Estado enviada à Assembleia Legislativa é de dar um aumento de apenas 2,73%. A situação desagrada os trabalhadores e a bancada do Partido dos Trabalhadores. Logo após o ato também ocorreu uma Audiência Pública no auditório Dante Barone, proposta pelo deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), para debater a situação que os parlamentares consideram inconstitucional.
Para o deputado Edegar Pretto, que participou dos dois momentos, a proposta do Governo do Estado de reajuste do piso regional é incompatível com a realidade dos trabalhadores gaúchos, que estão sofrendo pelo básico, com a ausência de políticas públicas e passando fome. “Nós conhecemos outras formas, porque já vivenciamos isso no Governo Federal. Na gestão do Lula e da Dilma nós tivemos o salário mínimo com valorização 74% acima da inflação, e foi nesse tempo que o povo pobre e trabalhador teve mais poder aquisitivo, gastou mais. E foi também nesse tempo que a nossa economia chegou a ser a 6ª economia do mundo, hoje é a 12ª com perspectiva negativa”, ressaltou.
Segundo Mainardi, a audiência pública foi para debater o projeto do Governo, que propõe 2,73 % de recomposição salarial dos últimos dois anos, 2019 e 2020, do Salário Mínimo Regional do RS. “Santa Catarina e Paraná estão com o piso bem maior do que o nosso, lá eles corrigem pela inflação. Nós estamos patinando, o governador ofereceu um quarto da inflação de 2019 e 2020, nós queremos 10,32%, que é a inflação daqueles dois anos. A situação é difícil porque somente este ano nós tivemos uma inflação acima de 10%. Se fôssemos corrigir hoje, nós teríamos que aumentar em 20% o piso regional, que é o que a inflação tomou desde o início do governo Sartori”, detalhou o deputado.
O fórum das centrais cobrou a retificação do projeto encaminhado pelo Governo do Estado ao parlamento gaúcho, argumentando que nos últimos dois anos o aumento da cesta básica foi de 35%. O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul, Guiomar Vidor, disse que entregou um documento ao Palácio Piratini, solicitando uma reunião com o governador Eduardo Leite, para tratar dessa pauta. Segundo ele, desde o início da gestão, as centrais sindicais nunca foram recebidas pelo governador, apesar de terem feito vários pedidos.
“É inadmissível que as pessoas estejam passando fome e que depois de dois anos trabalhadores e trabalhadoras, que são os que menos ganham e os que mais precisam, tenham um reajuste de praticamente zero nos seus salários. Queremos que os trabalhadores domésticos, motoboys, trabalhadores da agricultura familiar, do calçado e de vários outros setores da economia, que não têm negociações, convenções ou acordos coletivos, possam ter um reajuste de 10,32%”, enfatizou Vidor.