Empregados da Sulgás buscam apoio contra a privatização da empresa
Convidado pela Associação dos Empregados da Sulgás, o deputado Edegar Pretto (PT) esteve reunido com trabalhadores e trabalhadoras que lutam contra a privatização da empresa. Além das três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tramitam na Assembleia, na tentativa do governo em retirar a obrigatoriedade de plebiscito para privatizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), os empregados da Sulgás também denunciam que o governo estadual busca, por meio de um novo projeto de lei, alterar a regulação do serviço de gás canalizado no RS.
Edegar Pretto diz que o governo gaúcho não tem argumentos para privatizar a Sulgás, e que a retirada da concessão de distribuição do gás resultará na desvalorização da empresa, que é pública e rentável. “Este é um tema de grande relevância para a economia gaúcha, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade do nosso setor energético. Agradeço o convite da presidente da Associação e reitero a disposição do nosso mandato em seguir trabalhando para que a Sulgás, assim como outras empresas públicas, possam seguir funcionando e atendendo bem o povo gaúcho”, declarou.
De acordo com a presidente da Associação, Sandra Paravisi, com a medida o Executivo estadual, diante da dificuldade em obter votos suficientes para a privatização da empresa, pretende retirar da concessionária os grandes consumidores, que poderão se abastecer diretamente dos gasodutos; permitir a existência de consumidores livres e obrigar a empresa, às suas custas, toda a infraestrutura para atender esses consumidores, recebendo apenas uma pequena tarifa pela utilização das tubulações.
Sandra Paravisi reafirmou que é preciso que a pauta seja discutida com todas as bancadas, e que o devido debate seja feito de forma clara e transparente, pois tudo indica que a Sulgás perderá valor de mercado e enfrentará demandas judiciais. Ela ainda lembra que, se o projeto vier a ser aprovado, a empresa sofrerá concorrência desleal dos chamados consumidores livres, terá de indenizar seu sócio privado (formado pela Gaspetro e pela chinesa Mitsui) em virtude da quebra de contrato de concessão, cuja duração vai até 2043. “O futuro da expansão do gás natural no estado está sendo prejudicado pelo próprio governo, que deveria estar pensando no bem de todos e não apenas privilegiando alguns poucos grandes consumidores em detrimento de todos os demais”, alerta.
A Sulgás em números
Em 2016 a empresa pública apresentou lucro de R$ 130 milhões. Os números de 2017 ainda não foram divulgados, mas a tendência é repetir o lucro conforme a Associação dos Empregados. A Sulgás conta com 140 empregados públicos, e atende 41 municípios gaúchos com uma malha dutoviária que tem aproximadamente 1.100 km no RS. São quase 50 mil clientes no estado, sendo a empresa a terceira distribuidora do Brasil em número de municípios atendidos. O volume de gás natural distribuído em janeiro deste ano aumentou 14,3% em relação ao mês anterior. Foram 2.008.005 m³/dia contra 1.756.598 m³/dia em dezembro de 2017. É a maior marca alcançada em janeiro de volume não-térmico, desde que o gás natural foi introduzido no Rio Grande do Sul.