Uso do herbicida 2,4-D no RS é tema de audiência pública
O aumento do número de agrotóxicos liberados no Brasil e a utilização abusiva destes produtos químicos nas lavouras do Rio Grande do Sul motivou a realização de uma audiência pública para tratar do uso do herbicida 2,4-D no estado. A audiência, proposta em conjunto pelos deputados estaduais Edegar Pretto (PT) e Luiz Marenco (PDT), será nesta quarta-feira (08), às 9h30, no Plenarinho da Assembleia Legislativa – no 3º andar, com transmissão da TV Assembleia.
A motivação também decorre de resultados apresentados a partir do inquérito civil coordenado pelo Ministério Público do RS, onde quase 100% das análises realizadas em parreirais, oliveiras e macieiras de diversos municípios gaúchos apontaram contaminação pelo herbicida. O veneno já devastou diversas safras. Somente na safra de uva deste ano, o prejuízo já ultrapassa R$ 100 milhões.
De uso em larga escala nas lavouras, principalmente de soja, a aplicação do 2,4-D foi ampliada com a expansão das áreas de cultivo da oleaginosa. Mas o aumento das áreas e o uso indiscriminado também resulta na deriva do herbicida, que é quando a aplicação do produto não atinge o local desejado e escorre para outras áreas. Produtores e representantes de entidades reforçam que a deriva do agrotóxico é responsável por grandes perdas na produção e pedem suspensão ao uso.
O tema é polêmico, e para tratar do assunto na audiência foram convidadas representações de vários segmentos, como o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin); Associação dos Produtores de Maçã; produtores de Oliveira; entidades representativas dos produtores de uva; Anvisa; Emater; Universidades; Ministério da Agricultura; Agapan; MST; MPA; Fetag, Fetraf; Famurs; Secretaria do Meio Ambiente; Secretaria da Saúde; Farsul; pesquisadores; ambientalistas; deputado Afonso Hamm (PP), que declarou ser contra o 2,4-D; o promotor de Justiça Alexandre Saltz, que coordena o inquérito civil do 2,4-D no RS; e o secretário de Agricultura do Estado, Covatti Filho.