Relevante interesse cultural da Feira Ecológica da Redenção é Lei no Rio Grande do Sul
Foi realizado no sábado (27) o ato festivo para marcar a publicação da Lei nº 15.296, de autoria do deputado estadual Edegar Pretto (PT), que reconhece as duas feiras ecológicas da Redenção como de relevante interesse cultural do Rio Grande do Sul.
Aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Eduardo Leite no dia 26 de junho, a Lei valoriza e preserva o espaço da feira, que ocorre há 30 anos e atende cerca de 15 mil pessoas todos os sábados no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. “Mais um dia especial na luta pela produção de alimentos saudáveis da agricultura familiar e assentados da reforma agrária, sempre em defesa da vida, da natureza e dos direitos dos consumidores”, ressaltou Edegar Pretto.
O deputado lembrou que o Projeto de Lei foi construído de forma coletiva com os feirantes, com objetivo de elevar a feira a outro patamar. Ele destacou que as duas feiras são redutos de alimentação saudável, e que o reconhecimento em lei abre possibilidades de investimentos dos governos estadual municipal na infraestrutura das feiras. “Este é um espaço sagrado e democrático da capital, que pode ser ampliado”, defendeu Pretto, que ainda falou de seus três projetos que tramitam na Assembleia Legislativa para proibir o uso abusivo de agrotóxicos no RS. Um proíbe o uso e a venda do herbicida 2,4-D; outro para tornar obrigatória a rotulagem de embalagens de produtos e informar se os alimentos tiveram contato com qualquer tipo de veneno em sua produção; e o que proíbe a pulverização aérea no estado.
A programação foi composta por uma cerimônia oficial com a presença de autoridades, feirantes e público que circulou no local. Além de cerimônia, a festividade contou com shows e preparação de receitas ao vivo por um chef de cozinha. Representando as duas feiras, os feirantes João Cardoso Tigre e Lorita Festa Rossi receberam do deputado um quadro com cópia da Lei. O governador do Estado foi representado pela secretária da Cultura, Beatriz Araujo; e prefeito da capital por Oscar Pellicioli, diretor de divisão de fomento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento.
A Feira dos Agricultores Ecologistas nasceu em outubro de 1989 e a Feira Ecológica do Bom Fim surgiu em agosto de 1991, reunindo produtores dedicados à produção e venda exclusivamente de hortifrutigranjeiros orgânicos e derivados como geleias, mel, pães, massas, pastas e conservas. Os produtores orgânicos precisam cumprir uma legislação para garantir que os alimentos foram cultivados sem veneno, recebendo, assim, uma certificação para usar o selo orgânico.
Juntas, a primeira e a segunda quadra, localizadas na Avenida José Bonifácio, na extensão que vai da esquina com a Avenida Osvaldo Aranha até a Rua Vieira de Castro, são a maior feira ecológica do planeta a céu aberto, considerando o número de bancas (138) e envolvidos na venda direta (cerca de 400 pessoas).