“O PT deixou um legado aqui no RS, Leite precisa refletir sobre isso”, disse Edegar à Rádio ABC
O deputado estadual Edegar Pretto (PT) concedeu entrevista para a Rádio ABC de Novo Hamburgo, nesta terça-feira (11). Inicialmente, Edegar agradeceu os mais de 1,7 milhão de votos recebidos e todo o apoio que teve dos gaúchos e gaúchas e também dos companheiros de caminhada, Olívio Dutra e Pedro Ruas, que concorreram a senador e vice-governador respectivamente.
Depois, na sequência da pauta, em conversa com os jornalistas Cláudio Brito e João Ávila, fez uma avaliação de sua candidatura ao governo, dos resultados do primeiro turno e seu posicionamento para o segundo turno do pleito. Os votos de Edegar agora são disputados pelos candidatos Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB).
De acordo com Edegar, o foco agora é a eleição de Lula, e por isso se propôs a coordenar a campanha do segundo turno aqui no Rio Grande do Sul. “Estamos construindo junto com os partidos que apoiam Lula a possibilidade dele vir ao RS, pois sabemos da importância dele e também do nosso estado neste processo eleitoral. Em setembro, a passagem dele por Porto Alegre foi histórica, e não tenho dúvidas que também contribuiu muito com o nosso resultado aqui. Agora é hora de retribuir, e por isso estamos empenhados nessa missão, que também é a missão de devolver ao povo trabalhador o pleno emprego, o salário mínimo valorizado e mais respeito aos setores produtivos”.
Sobre o posicionamento que irá tomar quanto ao atuais candidatos a governador, Edegar afirmou que espera de Eduardo Leite uma sinalização em apoio a Lula, caso contrário, o partido fará o mesmo que ele, optando pela neutralidade e, portanto, liberando os militantes e eleitores a fazerem aquilo que acharem melhor. “Leite me ligou há alguns dias e falou sobre neutralidade. Rebati dizendo que precisava de um motivo para votar nele, até agora ele não nos deu sinais. Disse que poderíamos voltar a conversar, mas, enquanto ele ficar em cima do muro, nosso partido não fará indicação de voto a ele, trabalharemos muito para eleger Lula e combateremos o bolsonarismo aqui no RS”.
Conforme Edegar, Eduardo Leite precisa compreender que o Rio Grande do Sul não é uma ilha e que, portanto, é preciso governar próximo do Governo Federal. Falou ainda que é importante que o candidato tucano diga com qual presidente ele prefere trabalhar. “A política brasileira necessita de lideranças que tenham clareza sobre a importância das suas exposições e que não podemos nos dar ao luxo de ‘ficar em cima do muro’, pois a democracia está ameaçada, assim como os direitos dos trabalhadores, as oportunidades dos jovens e a dignidade das famílias. Leite sabe que o PT investiu recursos para trazer o Trensurb até Novo Hamburgo, que foi o PT que fez a Rodovia do Parque e que agora quer estendê-la até o município de Portão. Ele sabe também que o PT deixou em caixa recursos suficientes para as obras da BR 116 e que Bolsonaro aplicou apenas 12% desses recursos, enviando o restante para o orçamento secreto. O PT deixou um legado muito grande aqui no RS, Leite precisa refletir sobre isso também”.
Questionado sobre seu futuro político, Edegar destacou que ainda é cedo para pensar sobre o assunto, pois o empenho total agora é na eleição de Lula. “Fiquei honrado que meu nome foi unânime dentro do partido para concorrer nesta eleição. Acho que o PT e a esquerda saíram muito fortalecidos desse processo, sem dúvida, também porque tivemos o apoio de outras siglas que formaram nossa coligação Frente da Esperança. Vamos dar um passo de cada vez. Se meu partido entender que daqui a quatro anos devo concorrer a governador, irei. Se for mais importante outra direção, como o Senado, por exemplo, irei. Quero construir um futuro alinhado ao desejo do partido”.