Em debate da Rádio Guaíba, Edegar Pretto reforça as semelhanças entre Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni
A Rádio Guaíba, o Jornal Correio do Povo e a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) reuniram nesta quarta-feira (21), no Teatro Amrigs, em Porto Alegre, candidatos ao governo do Estado para um debate.
Edegar Pretto, candidato pela coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede), inicialmente lembrou que é mentira quando qualquer candidato afirma que o PT aumenta impostos. Esclareceu que o Estado já foi governado pelos petistas Olívio Dutra e Tarso Genro, e que neste período o governo não aumentou impostos, não vendeu patrimônio público e não atrasou o salário dos servidores. O candidato destacou que os governos do PT fizeram pesados investimentos em setores produtivos, e que no período a economia cresceu acima da média nacional. “Vou dizer com todas as letras: nós vamos utilizar as estruturas do Estado e quem quiser produzir terá no governo um parceiro, e não um atrapalho”, declarou.
Ainda de acordo com Edegar, o atual governo trabalhou com ajuste fiscal que durou um ano. “Ele vendeu patrimônio, não fez concursos, virou as costas aos atingidos pela estiagem. Então, esse discurso de ajuste fiscal e melhorias extraordinárias não passam de falácia. Eduardo encaminhou o orçamento para 2023 com déficit de R$ 3,8 bilhões, mas vamos superar os desafios e trabalhar ao lado de Lula, investir nas pessoas, gerar empregos e oportunidades”, afirmou.
Edegar falou também sobre o apoio que o Estado precisa dedicar aos que produzem alimentos e geram empregos. Segundo ele, ofertar financiamentos subsidiados ajudará a economia do Rio Grande do Sul. “Desta maneira, o dinheiro vai voltar a circular, as pessoas retomarão o poder de compra e não teremos mais que conviver com a fome, porque é uma vergonha um governador conviver com a fome no Rio Grande do Sul e não tomar nenhuma iniciativa. O nosso estado tem produção de alimentos, solo fértil, gente trabalhadora. Quem optar por produzir comida, terá o Estado como parceiro”, garantiu.
Para Edegar, a esperança é o que move o projeto de governo proposto pela Frente da Esperança, a qual ele representa e estará ao lado do presidente Lula para, outra vez, erradicar a fome, ofertar o pleno emprego e voltar a ter o salário mínimo valorizado acima da inflação. “É esse projeto que eu represento. Mas, outros candidatos não querem o mesmo, pois durante a pandemia, 25% das pequenas e microempresas fecharam, deixando meio milhão de gaúchos e gaúchas desempregados e nada foi feito pelo governo federal, que Onyx representa, e pelo governo estadual de Eduardo Leite, os mesmos que na estiagem não buscaram alternativas que diminuíssem o impacto das perdas nas lavouras e, consequentemente, nas prateleiras dos supermercados”, apontou.
Edegar pontuou que cada vez mais mulheres perdem a vida pelo fato de serem mulheres e que, no governo Bolsonaro, que estimula o machismo, 1.319 delas foram vítimas de feminicídios recentemente. “No Rio Grande do Sul, cresceram 25% os casos de feminicídios. E eu, que luto pela causa, fui verificar no programa de governo de cada um dos candidatos que estão neste debate e não vi uma linha sequer sobre o enfrentamento da violência contra as mulheres”, observou.
Segundo Edegar, se ele for eleito governador, a Secretaria de Políticas para as Mulheres será recriada e terá orçamento garantido para fazer o enfrentamento da violência contra as mulheres. “Queremos ter um ponto de referência para as mulheres, pensar políticas públicas que ofereçam a elas segurança, oportunidade de renda e que seja eficiente na proteção das mulheres e meninas”, ressaltou.
Focos na saúde e educação
O debate abriu espaço para que o presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Gerson Junqueira Junior, fizesse um questionamento aos candidatos. Na ocasião, ele perguntou sobre os planos dos candidatos para a saúde, se referindo especialmente ao Hospital Psiquiátrico São Pedro.
Edegar, por sua vez, afirmou que a primeira tarefa da Secretaria da Saúde em seu governo será fazer o mapeamento da situação da saúde no RS e quais são as demandas mais urgentes. Ele afirmou que o Hospital São Pedro, assim como todas demais instituições de saúde do estado, precisam de investimentos para oportunizar qualidade de atendimento. “O São Pedro é uma grande referência, receberá os investimentos necessários, sim. Faremos um diálogo com a comunidade terapêutica para levantar as principais demandas, além de propormos concurso público, pois acreditamos que profissionais concursados criam mais vínculos com os pacientes e, assim, o atendimento se torna mais humanizado e qualificado”, avaliou.
Ainda conforme Edegar, o governo de Eduardo Leite, através do Projeto Assistir, retirou R$ 300 milhões de 50 hospitais, atingindo especialmente a região Metropolitana. “Ao longo do meu governo vamos ampliar os investimentos na saúde até alcançar os 12%, vamos terminar com essas enormes filas de consultas e exames. Trabalharemos por atendimentos regionalizados para não haver sobrecargas em alguns hospitais e pensaremos, juntos, em políticas mais eficientes para saúde mental”, frisou.
Outra pauta discutida entre os candidatos foi a da educação, que passa por grandes retrocessos e dificuldades, tanto no estado como no país. “Eduardo Leite se vangloria de superávit, mas as escolas estão sucateadas, servidores, professores estão há sete anos sem reposição, 14% das escolas estão com banheiros precários, telhados caindo e, durante os dois anos de pandemia, nenhuma melhoria foi feita. Alunos e alunas voltaram para a aula e se depararam com prédios interditados”, alertou.
Para Edegar, é urgente pensar numa nova política educacional e tratar a educação como uma das prioridades de trabalho. “Não podemos seguir os passos do governo federal que Onyx representa, que corta investimentos para universidades, nem os passos de Eduardo, que não trata a educação com atenção. As escolas devem ser espaços atrativos para as crianças e jovens. A partir dessa educação, elas vão trilhar o caminho da universidade e os pais e mães terão orgulho de ver o diploma dos filhos e filhas na parede de casa”, destacou.
Finalizando o debate, Edegar fez um alerta sobre o modo de operação do governo federal e estadual sobre o tema do orçamento. “O Onyx é da turma do orçamento secreto, nós somos da turma do orçamento participativo. Eles reduziram, e muito, o orçamento dedicado para as políticas de proteção às mulheres vítimas de violência. Onyx passou pelo Ministério do Trabalho, o Brasil bateu recorde de desemprego. Foi para o Ministério da Cidadania e o Brasil voltou para o mapa da fome. No estado, Eduardo Leite que fez campanha para Bolsonaro e afirma não se arrepender, foi conivente a tudo isso. Precisamos mudar esse cenário e quero estar no governo do Estado, com Lula na presidência, para trabalhar por isso”, concluiu.