Expointer: “Vamos recriar o Plano Safra Gaúcho e valorizar setores produtivos”, diz Edegar Pretto
O candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto, cumpriu diversas agendas neste sábado (27), na 45ª edição da Expointer em Esteio. O primeiro compromisso dele foi o painel da RBS, que discutiu os principais desafios da agricultura e pecuária gaúcha. Candidatos a governador responderam perguntas de representantes de diversos setores da cadeia produtiva, com a mediação da jornalista Rosane de Oliveira.
Edegar recebeu questionamentos sobre os planos para agricultura, pecuária familiar e produção arrozeira. O candidato lembrou que nas últimas três safras o estado foi castigado por severas estiagens e lamentou que o ex-governador Eduardo Leite tenha dado as costas para a agricultura, que contribui com quase 40% do PIB. “Eu vou constituir um fundo de enfrentamento às intempéries. Temos que criar uma cultura, não de sofrimento com a seca, mas de convivência com ela. Através de um governo parceiro é que isso vai ser construído.”
Edegar destacou ainda a importância dos governos de esquerda para a Expointer. Segundo ele, o PT deixou importantes marcas para o evento, que é um dos maiores do setor no estado. “No governo de Olívio Dutra, o setor de máquinas foi inserido na feira e hoje ele é o que mais negócios faz aqui. Foi também com Olívio que a agricultura familiar passou a participar do evento, podendo mostrar e comercializar aquilo que produz. Seguiremos esses legados e ampliaremos investimentos. Vamos colocar o aparato do Estado a favor do campo, através de financiamentos com juros baixos e créditos subsidiados, além de recriar o Plano Safra Gaúcho.”
Sobre a crise no setor leiteiro, Edegar pontuou que milhares de produtores abandonaram a atividade nos últimos anos, enquanto os consumidores, na cidade, pagam quase R$ 10,00 o litro. “A nossa indústria está tendo que buscar leite no Paraná e em Santa Catarina, porque não tem produção aqui por falta de incentivo. O RS é muito produtivo, tudo aqui é viável, basta que aqueles que produzem sejam valorizados e recebidos pelo governo para dialogar e construir soluções. Recentemente, a bancada petista na Assembleia conseguiu modificar o Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura, para permitir que os novos mercados sejam explorados. Em 2012, Tarso Genro desonerou e zerou o ICMS dos suínos para tornar o setor mais competitivo. Queremos fazer assim com todos os setores .”
Questionado sobre a produção e comercialização do arroz gaúcho para outros estados, Edegar afirmou que o primeiro passo para estimular e alavancar o setor é reestruturar o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), responsável pela geração e difusão de conhecimentos, informações e tecnologias, bem como propõe políticas de interesse para o setor e para os consumidores. “Infelizmente, o Irga ficou desmantelado. Nos últimos dez anos, 100 mil hectares de arroz deixaram de ser plantados e, por consequência, ofertados no mercado. Produzimos mais alimentos para matar a fome dos animais da China do que para matar a fome das pessoas aqui no Brasil.”
Conforme Edegar, os desafios no tema da produção de alimentos são enormes, assim como o combate à fome. “Temos 33 milhões de brasileiros passando dificuldades, sem conseguir colocar o básico na mesa, incluindo o arroz. O RS tem a cesta básica mais cara do Brasil. Precisamos ter sensibilidade em setores produtivos como o arroz para torná-lo cada vez mais competitivo, e isso passa pela revisão da questão tributária, como já fizemos quando governamos o Estado”.
Finalizando a participação no painel, Edegar falou sobre o perfil do provável secretário de agricultura, caso ele seja eleito, afirmando que será alguém que conheça muito bem o RS, com capacidade de diálogo e que trate o setor agrícola, do grande ao pequeno, com parceiros e não adversários.
Outras agendas na Expointer
Logo após o painel da RBS, Edegar cumpriu uma série de agendas na Expointer. Ele concedeu entrevistas à imprensa e, acompanhado do vice Pedro Ruas, visitou o espaço da Cabana Forqueta, de Santiago, que cria ovinos da raça texel, e os estandes do Pavilhão da Agricultura Familiar, um dos mais visitados da feira.
Eles também estiveram no espaço da Emater, que este ano apresenta como tema principal “Água: uso e preservação”, fazendo menção ao impacto que a estiagem trouxe ao estado. Lá, foram recebidos pelo presidente Alex da Silva Corrêa e pelo gerente regional da Emater Porto Alegre, Elias Kuck.
Já na Casa do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA RS), a presidente Nanci Walter entregou aos candidatos uma carta aberta com demandas nas áreas da infraestrutura, inovação tecnológica e atuação profissional, consideradas, segundo o Conselho, como essenciais para o desenvolvimento.