Na Federasul, Edegar Pretto propõe plano pesado de obras de infraestrutura para desenvolver o RS
Em painel com candidatos a governador nesta quarta-feira (10), na reunião-almoço ‘Tá na Mesa’, da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Edegar Pretto afirmou que o estado necessita de um plano pesado de obras de infraestrutura para impulsionar o seu desenvolvimento, a exemplo do que ocorreu nos governos de Lula e Dilma Rousseff, que investiram mais de R$ 115 bilhões no RS, incluindo obras como a Rodovia do Parque, a extensão do Trensurb, a duplicação da BR 101 e a nova ponte do Guaíba. “Para oportunizar novas obras, vamos dialogar com o governo federal, pois não se faz obras pesadas sem essa relação. Serei interlocutor do nosso estado perante à presidência, para que possamos voltar a realizar obras, principalmente aquelas que auxiliem no desenvolvimento e diminuam o custo logístico de setores produtivos”, apontou.
O líder petista participou do evento junto a outros seis candidatos ao governo gaúcho. Em quatro blocos, eles apresentaram suas ideias e propostas para o público empresarial e convidados, a partir de perguntas elaboradas pela direção e associados da Federasul. Na ocasião, Edegar Pretto também foi questionado sobre qual é a sua opinião a respeito de concessões de rodovias. Respondeu que não tem preconceitos contra concessões e pedágios, mas esse é um ponto extremamente importante que necessita ser avaliado com cuidado. Disse que é contrário ao atual modelo proposto pelo governo gaúcho, e argumentou que considera injusto o pedagiamento com tarifas altas.
Ao responder se pretende aumentar impostos ou fazer reformas estruturais e privatizações para sanar as contas públicas, Edegar Pretto ressaltou que é preciso ter responsabilidade com as finanças e que o equilíbrio não pode significar uma dívida social como a que se tem hoje no RS. “Um governo do Estado não pode se vangloriar que está com superávit se nós temos 1,2 milhão de pessoas com renda máxima de R$ 105 por mês. Temos 1/4 da população que não está consumindo, que está se endividando no supermercado. Se nós não incluirmos essa massa no orçamento, cuidar dessas pessoas, garantir um emprego bom, usar da educação para formar mão de obra especial, para que ela possa receber mais, consumir mais, o empresário vender mais e a indústria fabricar mais, nós não teremos uma reação positiva da economia”, alertou.
Sobre a venda de empresas públicas à iniciativa privada, Edegar Pretto destacou que é “totalmente contra privatizar áreas essenciais”, porque se tem no RS péssimos exemplos neste sentido. “O governador que renunciou, que disse que não iria privatizar a Corsan e o Banrisul, começou um processo de privatização. Eu não quero que aconteça com a nossa água o que aconteceu com a CEEE, que depois de vendida, o serviço passou a ser prestado de uma forma precária. No primeiro vento que deu em Porto Alegre e Região Metropolitana, milhares de pessoas ficaram às escuras. Se eu tiver a oportunidade de ser governador, vou anular os atos de privatização da Corsan. O Banrisul tem que ser indutor do desenvolvimento e o seu lucro servirá para investir nos setores produtivos, como a agricultura e as cooperativas, para que possam produzir mais e a economia reagir positivamente”, complementou.
Semelhanças entre Onyx e Leite
Edegar Pretto comentou que contradições foram expostas. Entre elas, o apoio de Eduardo Leite a Bolsonaro nas últimas eleições e a presença do partido de Onyx Lorenzoni no governo Leite até há pouco tempo. “Podemos concluir que o projeto de Eduardo Leite não se distancia ao de Bolsonaro e de Onyx. Ou seja, os dois projetos são iguais e a nossa proposta se opõe a tudo que está posto até aqui neste evento”, afirmou.
Conforme Edegar Pretto, essas semelhanças entre Leite e Onyx devolveram ao Brasil a triste marca da volta da fome, com mais de 33 milhões de pessoas sem comida na mesa, milhares delas no RS. Lembrou que hoje há avenidas e praças da capital tomadas por moradores e sinais de trânsito com pessoas pedindo ajuda. “As pessoas estão se endividando para fazer compras no supermercado, parcelando em três ou quatro vezes. Nos governos Lula e Dilma, elas se endividavam para viajar, comprar carro ou reformar a casa. Queremos voltar a governar o país e o estado com respeito à diversidade, priorizando o diálogo, e com a certeza de que cumpriremos nosso mandato até o fim, sem renúncias em nome de interesses pessoais, como é o caso de Eduardo Leite. A verdade é inegociável e, portanto, deixamos aqui nossa palavra de gaúcho”, finalizou.
Presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso agradeceu aos candidatos em pré-campanha pela disposição de compartilharem as suas propostas com o público empresarial. Frisou que a Federação “estará ao lado do futuro governador do Estado, em pautas que contribuam com a livre iniciativa, a economia de mercado, com respeito às liberdades individuais, o estímulo ao empreendedorismo, o incentivo à educação e formação de novas lideranças”.
Cardoso acrescentou que a tarefa de governar o RS trará consigo inúmeros desafios, especialmente na educação. “Não é mais possível convivermos com a falta de estrutura e com o modelo educacional que usa ferramentas, estratégias e abordagens ultrapassadas. Qualquer projeto para o futuro do Rio Grande do Sul passa por um novo olhar para esse tema”, concluiu. O presidente entregou aos candidatos um documento com pautas identificadas como fundamentais para incrementar o desenvolvimento econômico e social do estado, trazendo temas pertinentes à educação, saúde, segurança, equilíbrio fiscal, modelo de gestão, políticas de desenvolvimento e inovação.
Foto: Rafael Stedile