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Diálogos para o plano de governo de Edegar Pretto chegam ao centro do estado

A percussão do Levante da Juventude balançou o Clube Comercial, de Santa Maria, abrindo a Assembleia Popular Regional realizada neste sábado(16). O encontro, que reuniu cerca de 600 pessoas, teve o objetivo de dialogar com a população local, elegendo os temas prioritários para incluir no plano de governo de Edegar Pretto. A recepção calorosa ao pré-candidato do Partido dos Trabalhadores teve representação dos municípios que fazem parte dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) Central, Vale do Jaguari, Jacuí Centro e Alto Jacuí. Diversos temas foram trazidos para o debate, entre eles, educação, justiça social e pão na mesa; desenvolvimento regional; economia solidária e agricultura familiar e cultura.

Ao saudar os presentes, Edegar Pretto falou de amor, de união e da felicidade de chegar a um local como aquele e receber um carinho enorme de tantas pessoas. Ao agradecer a participação de todos, enfatizou os partidos que o apoiam, o PCdoB e o PV. Pretto destacou a importância da educação na região. “Este é um local de universidades potentes, da ciência e do conhecimento. Ao contrário do governo federal, eu tenho muito orgulho da Universidade Federal Santa Maria. Na montagem do nosso plano de governo está caracterizado, como um dos objetivos principais, a reconstrução da educação, e eu quero dizer aos professores e professoras que os servidores públicos não serão mais tratados como adversários do Estado.”

O pré-candidato lamentou o fato de o Rio Grande do Sul ter mais de 1,2 milhão de pessoas vivendo na extrema pobreza. “Eu não quero conviver com a vergonha da fome no nosso estado. Será que é possível um estado como o nosso, onde tudo que se planta dá, ter pessoas passando fome. Não podemos admitir que nenhum pai e nenhuma mãe durmam sem saber se terão comida para os filhos no dia seguinte. As pessoas não querem benevolência, por onde eu passo as pessoas pedem oportunidade e nós seremos um governo que vai gerar oportunidade”, garantiu. Edegar Pretto ainda ressaltou que, entre as suas propostas, a agricultura familiar será valorizada e receberá incentivos para plantar os mais variados tipos de alimentos.

Essa foi a penúltima edição de uma série de 10 assembleias que estão sendo realizadas em todo o Rio Grande do Sul, para ouvir as comunidades de forma presencial. Além de Santa Maria, o evento já ocorreu em São Leopoldo, Pelotas, Sant’Ana do Livramento, Santo Ângelo, Porto Alegre, Passo Fundo, Osório e Santa Cruz do Sul. A última será no próximo sábado, dia 23 de julho, em Caxias do Sul. Além desses encontros, onde a população pode dialogar diretamente com o pré-candidato, também está à disposição dos gaúchos e gaúchas a Decidim Povo, plataforma digital que pode ser acessada em https://decidimrs.com.br. A ferramenta reúne opiniões e sugestões da população do estado para o plano de governo de Edegar Pretto

Regiões apresentaram temas essenciais para o desenvolvimento  

As propostas que irão compor o plano de governo estão sendo construídas com base no conhecimento, no estudo e na ciência. Para isso, cada encontro tem a participação de representantes locais, que são porta-vozes das populações dos municípios envolvidos, reunindo as ideias, demandas e anseios dos segmentos eleitos como prioritários.

A mestra em Educação Teresa Copetti Dalmaso tratou sobre justiça social e combate à miséria. Ela lembrou que o país, hoje, tem 33 milhões de pessoas na extrema pobreza e passando fome. Destacou também a alta concentração da renda no Brasil, onde poucos têm muito dinheiro, enquanto a maioria da população enfrenta dificuldades como inflação, fome e desemprego. “O Brasil é um país com pouca mobilidade social”, disse. Segundo Teresa, os governos do PT mostraram ser possível conciliar crescimento econômico com inclusão social. E, em tom de desabafo, listou inúmeros problemas que afetam a maioria da população brasileira, especialmente as mulheres e a população negra. “As mulheres ainda ganham menos que os homens, especialmente as mulheres negras”, disse. Para Teresa, o atual governo federal tem “ódio dos menos favorecidos”.

Numa apresentação descontraída, Thamires Messerchimidt, do Levante Popular da Juventude, falou sobre o acampamento da juventude, que está acontecendo em Santa Maria, dentro da programação da Feira Internacional do Cooperativismo e da Economia Solidária (Feicoop). Destacou que os temas que estão em debate no acampamento tratam dos desafios para a juventude reconstruir o RS e o Brasil. Thamires também defendeu que os jovens tenham acesso à educação, cultura, e que ocupem seus espaços de direito na sociedade. Disse também que acredita que “o nosso estado e o nosso país vão voltar para as mãos do povo brasileiro, e a juventude tem que estar inserida neste processo.”

A diretora do Cpers sindicato Dgenne Ribeiro afirmou a necessidade de uma educação inclusiva e de qualidade, destacando que é preciso pensar na formação integral dos alunos. Também solicitou projetos que ajudem a recuperar a defasagem dos estudantes por conta da pandemia da Covid-19. Entre as demandas da categoria, a diretora também pediu ajuda para a permanência dos jovens dentro da universidade e o apoio à educação de jovens e adultos (EJA). Por fim, ressaltou que não há educação de qualidade sem a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras do setor. Para tanto, solicitou novos concursos públicos e a recuperação das perdas salariais dos profissionais da educação.

Os temas da economia solidária e da agricultura familiar foram abordados pelo  engenheiro agrônomo Alcione Piasentin Claro. Segundo ele, tudo o que já foi construído ao longo do tempo precisa ser resgatado. “Para isso, nós precisamos que os governos tenham o compromisso de dialogar e ter entendimento do que significa essa participação. As pessoas do meio rural foram cooptadas pela ideia do agronegócio e da monocultura. Mas é preciso desconstruirmos essa imagem. A agricultura familiar precisa ter renda, precisa ter valorização, mas também precisa ser entendida como uma forma econômica importante de inclusão e de construção da segurança alimentar e da soberania popular. Não podemos debater qualquer temática sem levar em conta a discussão sobre os temas da fome e da miséria”, salientou.

A atriz e professora estadual Jordana Moraes falou dos desafios da cultura, principalmente diante das ações de desrespeito do atual governo federal em relação à categoria. Citou uma carta que foi escrita por 300 agentes culturais de Santa Maria. Entre os argumentos apresentados na carta, ela citou a afirmação de que cultura é um direito de todas as pessoas, e está atrelada à compreensão compartilhada do papel vital que a cultura tem na vida das comunidades. Defendeu ainda o respeito e a necessidade de estímulo e valorização do setor da cultura por meio de mecanismos democráticos e transparentes, reforçando a necessidade de planejar e fomentar políticas públicas em cultura.

Também participaram do evento em Santa Maria, a coordenadora adjunta do plano de governo e vice-presidente do PT, Juçara Dutra; o deputado estadual e ex-prefeito Valdeci Oliveira; deputados federais Paulo Pimenta e Dionilso Marcon; deputada federal Maria do Rosário; Juliano Roso, presidente estadual do PCdoB; dirigentes partidários; prefeitos, vereadores e vereadoras da região; militantes do PT, PV e PCdoB e pré-candidatos e pré-candidatas ao parlamento estadual e federal.