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Plano de governo de Edegar Pretto recebe propostas para a saúde, educação e agricultura familiar

Saúde, educação, agricultura familiar e desenvolvimento regional foram os principais temas destacados como prioritários para a metade Norte do Estado, na assembleia popular regional do plano de governo de Edegar Pretto, neste sábado (09). O encontro reuniu representações dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) Médio Alto Uruguai, Nordeste, Norte, Produção, Alto da Serra do Botucaraí e Rio da Várzea. O evento  ocorreu no CTG União Campeira, em Passo Fundo, onde cerca de 700 pessoas de dezenas de municípios, esperavam o pré-candidato para apoiar e contribuir com o conhecimento local de cada área,  elencando os assuntos de mais urgência para receber investimentos públicos.

Recebido com muito entusiasmo, Edegar Pretto abriu o seu pronunciamento falando sobre luta, trabalho e comprometimento com a população gaúcha. Para isso, destacou a importância dos legados dos ex-governadores petistas, Olívio Dutra e Tarso Genro. Ele citou Olívio como referência pelo pioneirismo do Orçamento Participativo no RS, em quem ele se espelha com orgulho, desde a trajetória de seis mandatos parlamentares do seu pai, Adão Pretto.

“Quando o meu pai faleceu, o Olívio era presidente do PT. E foi ele que chamou os movimentos sociais e disse que o ‘Adão merecia que a sua história continuasse sendo representada’, e a decisão coletiva foi que eu seria candidato a deputado estadual em 2010. E de lá para cá, Olívio Dutra se transformou, além de nosso mestre, meu orientador e meu amigo nessa caminhada.”

O pré-candidato Edegar Pretto assumiu o compromisso de fortalecer a saúde pública, dizendo que seguirá os passos de Lula, que já sugeriu a realização da Conferência Nacional da Saúde, onde os trabalhadores e trabalhadoras da área terão espaço de fala, pois são esses profissionais que sabem os gargalos e como estão os hospitais em cada cidade. “Então temos que dialogar, respeitar o que temos até aqui e resgatar o nosso legado dos governos petistas, que foram os primeiros governos que aplicaram os 12% do orçamento para a saúde.”

Ao falar das dificuldades enfrentadas pelas pessoas, como a fome e a falta de estrutura para a educação, o pré-candidato defendeu que os professores e demais servidores públicos do Rio Grande não sejam tratados como inimigos do Estado. “Nós vamos assumir um pacto de diálogo e respeito com os servidores, com realização de concurso público e valorização profissional.” Disse também, que  nas escolas que tiverem necessidade, as crianças devem ter café da manhã esperando por elas e, se precisar, vão almoçar antes de ir para casa. “Nenhuma criança vai estudar de barriga vazia. E isso com alimentos  comprados da agricultura familiar, levando para a mesa da nossa população uma alimentação com sinônimo de saúde e não de doença.”

Para os setores produtivos, Edegar Pretto defendeu financiamentos de baixo custo, por meio do Banrisul e de outras parcerias. “Temos que dar incentivos em especial aos pequenos negócios, que são responsáveis por 60% da geração de empregos e fundamentais para a renda no mercado, fortalecendo a nossa economia.”

A pré-campanha de Edegar Pretto está realizando assembleias populares para contemplar todo o RS. Elas servem para ouvir as comunidades, que apresentam os temas de maior relevância de cada região. A partir das contribuições, são eleitas as prioridades em busca de ideias concretas para resolver os problemas reais das pessoas e os gargalos do desenvolvimento regional.

A vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Juçara Dutra, também esteve em Passo Fundo e apresentou a dinâmica dos encontros, que é inspirada em um processo eleitoral de diálogo e de de escuta com a participação das mulheres, dos movimentos da juventude, dos negros, da população LGBTQIA+, etre outros. A dirigente também falou das características pessoais de Edegar, que tem um histórico com a verdade e que vem da tradição da participação popular e da luta, e apresentou os 13 compromissos da pré-campanha, que são os eixos norteadores para a construção do plano de governo.

 

Escutar para governar: diagnóstico e reivindicações regionais

Para a construção das propostas que irão compor o plano de governo, cada assembleia conta com a participação de  representantes locais, que são porta-vozes das populações dos municípios envolvidos, reunindo as ideias, demandas e anseios dos segmentos eleitos como prioritários.

A professora e mestra em educação, Cândida Rossetto, que também é dirigente do CPERS Sindicato, disse que a escola pública é um espaço de organização da sociedade, fez referência à educação do campo, e lamentou que cerca de 45% das escolas rurais tenham sido fechadas. “Nosso desafio é nos identificarmos com aquela educação que historicamente defendemos, uma educação integral, democrática e que de fato construa a formação”. Ainda apontou eixos como a recuperação dos espaços pedagógicos, como bibliotecas e laboratórios de informática e de ciência; a valorização profissional de trabalhadores e trabalhadoras que atuam na área da educação; a formação continuada e a reestruturação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

Doutora em educação em saúde e professora de saúde coletiva da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Vanderléia Pulga Daron alertou que o Brasil já enfrentava problemas no atendimento à saúde nos últimos anos, e que isso agravou no período da pandemia, principalmente pelo descaso dos governos federal e estadual. Falou também do conjunto de necessidades para enfrentar doenças relacionadas com a fome, a miséria e a falta de habitação, acrescentando que os problemas incidem diretamente no adoecimento físico e mental da população. “As principais políticas de saúde foram destruídas, por isso é urgente a reafirmação do SUS. Mas também é preciso dar atenção à retomada, de forma integral, do atendimento de saúde básica da família, com acesso a exames e consultas especializadas, cirurgia e apoio para que os municípios possam implementar essas redes”, detalhou.

Sobre agricultura familiar, Douglas Cenci, dirigente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF-RS), observou que o estado tem mais de 290 mil famílias no segmento, que geram mais de 670 mil empregos e respondem por mais de 27% do PIB gaúcho. Ele apontou que a agricultura familiar tem sofrido com a estiagem dos últimos dois anos, e que a situação se agravou com o alto custo da produção e o desmonte de políticas públicas no RS e no Brasil. “Muitas famílias estão abandonando o campo por estas questões. É preciso que a agricultura familiar seja estratégica para o combate à fome e a produção de alimentos. Precisamos de um projeto que retome o plano safra gaúcho, o plano camponês, e políticas para a juventude ficar no campo e garantir a sucessão familiar”, enfatizou.

Salete Campigotto, coordenadora do Instituto Educar do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Pontão, falou da necessidade de políticas de gênero e investimentos para a agroecologia. “Nós precisamos combater a discriminação, a violência contra as mulheres e construir instrumentos para que possamos materializar isso. Na produção agroecológica, é necessário fortalecer os eixos da tecnologia, do meio ambiente e da assistência técnica rural”, apontou.

O desenvolvimento regional foi abordado por Jaime José Basso, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim. Para ele, o desenvolvimento só é possível com integração entre o campo e a cidade. Defendeu o controle social da gestão das empresas públicas, incluindo sindicatos, partidos, entre outros. A respeito do orçamento participativo, disse que tem que ser uma ferramenta do Estado. Ainda destacou a relevância do setor do vestuário, e lembrou que o pré-candidato Edegar Pretto conheceu experiências em Erechim, sobre desenvolvimento econômico. “Temos que fazer com que o Estado seja o indutor do desenvolvimento a partir das regiões e da reestruturação dos arranjos produtivos locais, com incentivo às pequenas e médias empresas”, argumentou.

Edegar Pretto também ouviu e recebeu documentos de representantes do Centro de Tecnologias Alternativas Populares/Rede EcoVida (CETAP), de microempresários da região, do Instituto Cidadania e Democracia (ICD), da UERGS, de lideranças indígenas, do setor de Cultura e do Movimento Unificado de Mulheres de Passo Fundo.

Presenças e próximos passos

Além de convidados, convidadas, militantes e dirigentes do PT, PV e PCdoB, partidos que integram a Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), também participaram da assembleia popular em Passo Fundo os deputados federais Elvino Bohn Gass e Dionilso Marcon, prefeitos, vereadores e vereadoras, secretários municipais e pré-candidatos a deputado e a deputada estadual e federal.

Até agora, já ocorreram seis edições das assembleias populares regionais, em São Leopoldo, Pelotas, Sant’Ana do Livramento, Santo Ângelo, Porto Alegre e Passo Fundo. Os encontros seguem até o dia 23 de julho, data que antecede a convenção do PT que homologará o nome de Edegar Pretto como candidato a governador do Estado.

Além dos encontros presenciais, a população gaúcha também pode participar do plano de governo por meio da Decidim Povo, uma plataforma virtual que possibilita o envio de opiniões e sugestões. Ela pode ser acessada em https://decidimrs.com.br.

 

Confira o calendário das próximas assembleias populares:

15.07 – Osório, 19h

16.07 – Santa Cruz, 9h

16.07 – Santa Maria, 15h

23.07 – Caxias do Sul, 9h